PENSAMENTO

A igreja é a única organização que existe primariamente para benefício dos não-membros” (C. S. Lewis)

03/05/2008

Hoje tudo muda. Mas não a fé

Hoje tudo muda. Mas não a fé

Os novos tempos trazem preocupações e ocupações que influenciam nossas convicções, valores, família e até doutrina

Tudo muda neste mundo. Vivemos em uma sociedade cuja dinâmica atinge até mesmo nossas mais profundas convicções, sejam os valores culturais, familiares ou doutrinários. Percebemos uma forte influência dos novos tempos, por meio da multiplicidade de oportunidades e ocupações oriundas da própria modernidade e do avanço tecnológico deste século 21. Ao mesmo tempo em que temos nossa vida facilitada por esses avanços, vemos os princípios essenciais da vida cristã perdendo força.

Pense, por exemplo, sobre o tempo que mantivemos em contato com a Palavra de Deus, estudando, pesquisando e recebendo do próprio Senhor o entendimento direto das verdades das Escrituras, sendo edificados e renovados espiritualmente. Pense sobre o tempo que dedicamos à comunhão com Jesus e ao relacionamento com a pessoa do Salvador, pela oração, agradecendo-lhe por seu amor, graça, misericórdia e perdão. Imagine para onde está indo nossa vida comunitária, no Corpo de Cristo, lugar em que partilhamos da unidade de propósitos na família de Deus, cultuamos ao Senhor, temos ações de graças e recebemos sua mensagem por meio da Bíblia Sagrada. Com a enormidade de compromissos pessoais, profissionais e sociais que assumimos, participamos de cultos uma a duas vezes por semana, com duração de, no máximo, uma hora e meia.

Para onde estamos indo? Outra situação que causa preocupação é a facilidade com que os relacionamentos familiares são rompidos, gerando seqüelas na vida dos filhos e marcas profundas na sociedade. São várias as facetas da vida humana que vêm sendo bombardeadas em seus valores. Vivemos uma era em que princípios absolutos dão espaço a conceitos relativos.

Até mesmo a proclamação do Evangelho, pressuposto básico da fé cristã, tem se esvaziado cada vez mais. A grande comissão determinada pelo Senhor aos seus servos está, cada vez mais, sendo deixada de lado – inclusive, em seu sentido mais amplo, aquele praticado fora das quatro paredes da igreja: a extensão da vida comunitária como estilo de vida, em que os crentes choram com os que choram, lembram-se dos presos, dos doentes, dos famintos, dos que têm sede e frio; enfim, de todos aqueles que estão fora do rebanho do Senhor.

Tudo neste mundo muda, mas devemos continuar na proposta bíblica de seguir o modelo de Jesus Cristo. Que a Igreja chamada Evangélica seja despertada e mobilizada para impactar a sociedade dos nossos dias.

Micmas Pereira
Pastor e coordenador do Centro Nacional de Capelania Geral.

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