PENSAMENTO

A igreja é a única organização que existe primariamente para benefício dos não-membros” (C. S. Lewis)

30/04/2008

LIDERAR OU SERVIR ?

Liderar ou servir?

O moderno conceito de liderança é estranho às Escrituras, que afirmam que quem quiser ser líder deve ter postura de servo

Existe na Igreja Evangélica contemporânea uma preocupação muito grande em capacitar e treinar pastores, líderes e missionários. É um anseio legítimo, já que muitos obreiros tiveram uma preparação acadêmica e técnica deficiente; e também porque, como em todo campo de atividade humana, a obra de Deus tem a necessidade de constante atualização e aprofundamento – isto é, de uma educação contínua. No entanto, na maior parte do tempo, os programas de treinamento e capacitação voltados para dirigentes cristãos são baseados em técnicas seculares. O objetivo de tais procedimentos é aprimorar habilidades, aumentar o desempenho e maximizar os resultados. Ou seja, conceitos de mercado. A proposta e a linguagem destes programas é, geralmente, distante do projeto de Jesus de Nazaré.

A partir dessa tendência, que ganhou força a partir dos anos 1990, passamos a correr o risco de ver uma geração de pastores eficientes no domínio de técnicas de gerenciamento, marketing e formação de equipes vencedoras, mas com uma vida espiritual precária. O resultado pode ser visto na trajetória de inúmeros líderes bem sucedidos em público, mas que camuflam suas crises espirituais, existenciais e emocionais. Gente que esconde tremendos dramas familiares e crises pessoais atrás do ativismo e de discursos bem elaborados.

Esse negócio de treinamento de líderes por meio de técnicas é uma idéia secular. Muito boa, aliás, para executivos, gerentes de negócios ou coordenadores de equipes de vendas. Funciona bem no mundo corporativo, em que o coração e os sentimentos costumam valer menos que os gráficos de lucratividade. Mas esse conceito de liderança é estranho às Escrituras, que afirmam que quem quiser ser líder deve ter postura de servo. A Bíblia afirma ainda que Deus usa pessoas fracas, sobre as quais o seu poder se manifesta.

Se procurarmos o equivalente no ensino de Jesus Cristo, teremos que falar então de formação de servos pelo exemplo e amizade. Treinamos líderes para serem bem sucedidos, e por outro lado, formamos servos para se doarem sacrificialmente e desinteressadamente, cuja motivação primária é servir aquele que os enviou. Essa motivação independe de sucesso ou resultados e constitui uma diferença básica entre os dois conceitos: o primeiro oriundo das técnicas de admistração de recursos humanos das grandes corporações, e o segundo inspirado na vida e no ministério de Jesus de Nazaré.

A formação dos discípulos de Cristo aconteceu no campo missionário. Ela se desenrolou nas estradas empoeiradas de Israel, em contato direto com pessoas perdidas e necessitadas, com baixo custo. Já o moderno treinamento de líderes, em geral, acontece em ambientes refrigerados de bons hotéis, com apostilas bem preparadas, preletores acadêmicos, exposições com datashow e participantes ostentando crachás coloridos e notebooks.. O custo é elevado e o financiamento, geralmente, oriundo do exterior. O critério de avaliação pastoral é a curva de crescimento numérico da igreja e o desempenho do líder como gerente de bons programas e motivador de pessoas. Isso gera uma enorme crise de vocação para aqueles que resistem ao modelo do mercado adotado pelas igrejas de resultados, de rápido crescimento de audiência e faturamento.

Mesmo assim, tenho grande respeito por homens e instituições que se dedicam a treinar líderes no contexto de igreja evangélica. Gostaria muito de vê-los integrando mais a dimensão espiritual, pois muitos dos nossos pastores já não sabem mais ler a Bíblia devocionalmente e tampouco orar para se relacionar intimamente com Deus. Tendo chegado onde estão, já não sentem mais a necessidade de continuar crescendo na dimensão da transformação do caráter por meio do quebrantamento e da confissão. Tornam-se pessoas isoladas, sem amigos do coração, resistentes à exortação e rodeados de seguidores deslumbrados.

Carecemos de homens e instituições que se dediquem a ajudar pessoas separadas para o ministério a resgatar o sentido da vocação e da intimidade com Deus por meio da leitura bíblica e da oração – o que significa, necessariamente, a andar na contramão, resistindo às tentações e ao fascínio das técnicas seculares de liderança. Existe uma diferença fundamental entre investir em pessoas fornecendo ferramentas para o sucesso no ministério e a formação de servos quebrantados.

Que o Senhor tenha misericórdia de nós e nos ajude a discernir a diferença entre o cristianismo que forja homens e mulheres que buscam servir a Deus e aos homens com santidade e sacrifício e o capitalismo (ou seria capetalismo?) que gera líderes religiosos vaidosos, ambiciosos e endinheirados.

Osmar Ludovico da Silva

ESPIRITUALIDADE PLATÓNICA

Espiritualidade platônica

“Todos nossos esforços estão hoje voltados para produzir um único fruto: mais prosélitos em nossos templos”

Fui visitar a cadeia de adolescentes da cidade onde moro. Sei que não se chama cadeia, e que tal estabelecimento não deveria se parecer nem de longe com uma – mas é uma cadeia, sim, com todas as mazelas que isso significa: celas cheias e imundas, confinamento integral, violência, promiscuidade, falta de opções de aprendizado ou reconstrução pessoal. De um lugar destes, não se volta. O corpo sai, ao fim da pena estabelecida; mas a alma do interno fica lá, presa com outros jovens franzinos, sedenta de ar e respostas. Choca saber que grande parte dos meninos que ali estão vieram de famílias evangélicas. Dentro das celas, há indícios da fé um dia aprendida – paredes pichadas com frases como “Jesus salva” ostentam também os mais repulsivos palavrões.

O que aconteceu com o poder do nosso Evangelho? Há algo de podre no reino da Dinamarca. A verdade de Cristo parece não estar resolvendo muita coisa numa cidade em que pelo menos 40% da população confessa-se evangélica. Mas será que a verdade chegou integralmente até ali? Será que a mensagem da verdade, que é o próprio Cristo, foi entendida e vivida pelos cristãos e transmitida de maneira clara? Temos que crer que o problema não está na mensagem, cujo DNA é do nosso Deus Criador e Todo-poderoso. O problema tem que estar nos filtros que usamos para perceber e transmitir essa mensagem.

O poder transformador do Evangelho é proporcional à integridade com que sua mensagem original é mantida. Se alguém observasse a Europa pré-Reforma, com suas pestilências, guerras, sociedade hierarquizada ao extremo e cidadãos mergulhados nas trevas da ignorância, diria que a mensagem cristã também ali era inefetiva, já que a população do continente era primordialmente cristãos. No entanto, assim que a mensagem foi clareada, ou seja, assim que houve um retorno a princípios básicos antes ignorados, a transformação foi imediata. Lutero, Calvino, Zwinglio e outros reformadores pregaram o Evangelho do homem todo e da sociedade toda – o Evangelho da redenção social e individual. A influência desta teologia gerou o desenvolvimento dos países do norte da Europa e da América anglo-saxônica, o que se faz sentir até hoje.

O Brasil cada vez mais evangélico, assim como a Europa medieval, se debate em agonia com a falta da aplicação da mensagem integral do Reino de Deus. Reduzimos a mensagem do Evangelho a um significado só – apenas a salvação importa, e esta salvação tem uma manifestação única, a conversão do indivíduo salvo às nossas denominações evangélicas. Isso torna nossa pregação extremamente proselitista. Diante dos problemas sociais graves que vemos no Brasil, temos só uma resposta: “converteremos todos à nossa religião e então teremos cumprido a vontade de Deus e o Brasil será um país melhor”.

Tentamos ser relevantes, mas nosso fruto é sempre o mesmo. Temos um sabor só, uma cor só, um fruto só: religião. Pensamos em nossa tarefa como sendo unicamente a de salvar indivíduos. Se vamos ao presídio, falamos de salvação, o que não é nada novo para os que ali estão detidos, se vamos à TV, falamos de salvação, como se o telespectador já não soubesse decor e salteado o que lhe apresentamos; se vamos ao Congresso, achamos que ao colocar a Bíblia na tribuna e evangelizar mais deputados, estaremos mudando a sociedade. Mas usamos dinheiro público para construir catedrais e beneficiamos os crentes com leis circunstanciais e oportunistas. Se fazemos trabalho social, pensamos, na maior parte das vezes, em “converter” mais pessoas. Todos nossos esforços estão voltados para produzir um único fruto: mais prosélitos em nossos templos.

O problema é que usamos o óculos grego para ler a Bíblia. Na cosmovisão greco-cristã, influenciada pelo platonismo, a alma e o espírito do indivíduo é a única matéria-prima possível para a ação do Espírito Santo para chegar a um produto único mais óbvio – a sua salvação deste mundo material corrupto para o perfeito mundo do espírito. Esta espiritualidade platônica acaba nos tornando mais parecidos com hinduístas do que com verdadeiros cristãos. Só que a cosmovisão hindu, que considera o mundo material absolutamente inútil e desprezível, produziu a miséria indescritível que hoje vive a Índia.

Se restaurarmos a compreensão tribal da mensagem de Deus, recuperaremos dois pilares fundamentais na visão de mundo judaico-cristã: a identidade social e a espiritualidade concreta, ou seja, a visão do ser humano como um todo, espírito e matéria. Entendemos que o grupo, assim como o indivíduo, também pode ser ou não “salvo”, refletir ou não os valores de Deus na prática social, nas leis, na forma de ser sociedade, no governo, na arte. Aí, passa a existir a dimensão sociológica do “amai-vos uns aos outros”. Temos que entender o plano de Deus para a sociedade e para todas as áreas da vida. Expressar o amor do Senhor para a sociedade a partir de nossa identidade coletiva é parte da nossa missão, tanto quanto lutar pela salvação de seus indivíduos.

Se pensássemos o cristianismo além da mera salvação, saberíamos o projeto concreto de Deus para o mundo dos negócios, para o sistema educacional, para a administração pública, para a cultura nacional. Haveriam outros frutos possíveis para nossa fé evangélica, além de igrejas cheias. Trabalharíamos com a essência divina da sociedade humana antes que ela se desintegrasse, abraçaríamos a cidade antes que nela se instalasse o caos. Se amássemos a socidade, seríamos capazes de articular nossa visão de mundo tão bem que as pessoas se apaixonariam pelo modelo social exemplificado por nós. Mostraríamos então na prática o amor incondicional e integral de Deus para todas as pessoas, independente de cor, classe social, gênero. Não guerrearíamos contra a sociedade – mas, ao contrário, nos uniríamos a ela para combater seus problemas e propor soluções. Mas por enquanto só temos produzido um único fruto: a religião, que se empobrece fria dentro de templos faraônicos.

Bráulia Inês Ribeiro
está na Amazônia há 25 anos como missionária, é presidente nacional da JOCUM(Jovens Com Uma Missão) e autora do livro Chamado Radical (Editora Atos)

INTIMA RELAÇÃO

Íntima relação

Discipulado é um chamado que alcança a todo e qualquer crente, não importa quantos anos de vida cristã ele tenha

Que importância tem o discipulado na vida do crente atualmente? O que exatamente significa ser discípulo de Cristo? Todo cristão deveria questionar-se sobre isso. Afinal o próprio Senhor Jesus faz um chamado direto e específico para os seus discípulos: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado”.
Este texto, conhecido como a “Grande Comissão”, é mencionado em Mateus 28.19-20 e é também extensivo à Igreja hoje. Todavia, a tarefa de fazer discípulos conforme a vontade de Cristo não é esponsabilidade exclusiva de líderes cristãos, pastores ou pessoas com formação academica. É um chamado que alcança a todo e qualquer crente, não importa quantos anos de vida cristã tenha ou quanto conhecimento bíblico tenha adquirido, ou ainda se tem ou não qualificações necessárias para desempenhar a tarefa.
Bom, então talvez você possa estar se perguntando: Como posso começar neste encargo? O que realmente implica ser discípulo do Senhor? Seria necessário observar o exemplo de Cristo e seus discípulos? Mas afinal, o que fez com que aqueles doze homes largassem tudo o que tinham para seguir a Cristo? Qual o atrativo em ser díscípulo do Mestre? Quais habilidades um discipulo deve desenvolver? São perguntas relevantes, porque afinal como podemos saber “fazer” discípulos se não soubermos exatamente como eles deve ser ou que conceitos precisamos lhes transmitir na prática?
A questão toda se resume a questionamentos do tipo “O que é realmente ser cristão?”. Ou “O que Deus realmente quer de nós?”. Há quem possa dizer que o que se espera de um cristão é que leia a Bíblia todos os dias, ore, não falte aos cultos do domingo de manhã, participe das atividades da igreja, testemunhe da sua fé, convide outros para assistir reuniões, tenha um relacionamento familiar exemplar e, por fim, que dê um bom testemunho de vida. Coisas como ser honesto e justo, não fumar, não beber, não ter vícios.
Se você tem a idéia de que fazer discípulos é desenvolver este tipo de atitudes em outros irmãos, saiba que este não é o foco central do que significa viver com Cristo. Quem agir assim terá dificuldades em discipular. Afinal, é perfeitamente possível alguém observar todas essas práticas e, mesmo assim, viver longe de Deus. Ser um verdadeiro cristão não é seguir uma lista de atividades. O que Deus deseja de nós é que tenhamos um íntimo relacionamento com ele. A base para a vida cristã é a dependência. E todas as outras práticas e virtudes passam a ser uma consequência direta desta relação com o Senhor.
O discipulado cristão está relacionado exatamente com isso: viver um relacionamento com Deus e mostrar aos outros o caminho desta vida fascinante. É dessa maneira que nós vamos poder desempenhar a função de sermos como sal da terra e luz do mundo, mostrando aos outros o caminho da verdade e da salvação que há em Cristo. Este é o chamado de todo o que crê.

Samuel Medeiros
é conferencista geral do Projeto Discipulado Transformador, da Life Way Brasil

SER NOVA CRIATURA

Ser Nova Criatura

Toda conversão tem sua história.

"Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gálatas 2.20). É assim que Paulo, resumidamente, descreve o que aconteceu desde o dia em que Cristo se revelou a ele no caminho de Damasco. A cruz de Cristo se estendeu até ele e lá, onde Jesus foi crucificado, ele também foi. Na morte de Cristo, ele também morreu para o seu “velho homem”; e, na ressurreição de nosso Senhor, ele também ressurgiu para uma vida nova, para o “ser nova criatura”. Agora, ele reconhece que o “velho Saulo” já não vive mais, mas é Cristo que vive pelo poder do Espírito Santo nele. Trata-se de uma nova vida, efetuada agora pela fé em Cristo e naquilo que Cristo fez por ele. Isto é o que chamamos de conversão.


A conversão de Paulo tem uma história. Toda conversão, aliás, tem sua história. Ela envolve o que ele era antes, o que aconteceu e aquilo em que se tornou. Antes, Paulo era um judeu zeloso, inteligente, responsável que, segundo ele mesmo, encontrava-se acima da média dos seus colegas e buscava guardar as tradições dos seus antepassados. Paulo era um homem íntegro, coerente com tudo aquilo que cria, a ponto de se lançar numa perseguição aos cristãos por considerá-los uma ameaça à pureza da religião judaica, da qual era fiel defensor. Foi assim que ele viveu durante muitos anos.

Um dia, Saulo foi para Damasco, levando consigo uma autorização dos seus superiores dando-lhe poderes para prender ou fazer o que fosse necessário, dentro do que a lei permitia, com os cristãos daquela cidade. Durante a viagem, por volta do meio-dia, uma luz brilhou com uma intensidade tão grande que jogou ele e seus colegas no chão. Ali, então, ouviu uma voz que lhe disse: “Saulo, Saulo, porque você está me perseguindo? Resistir ao aguilhão só lhe trará dor!” Ele respondeu: “Quem és tu, Senhor?” Então ouviu a resposta que dizia: “Sou Jesus, a quem você está perseguindo”. Naquele momento em que Cristo se revelou, Paulo reconheceu que tudo aquilo que pensava ser o certo, que toda a sua religiosidade que fez dele um homem tão íntegro e responsável, na verdade estava levando-o para um caminho completamente oposto ao de Deus. Ele que pensava ser um grande amigo do Senhor, fazendo o melhor que podia para preservar a pureza daquilo que cria ser sua vontade; de uma hora para outra, vê-se como inimigo de Deus ao ouvir de Cristo: “Sou Jesus, a quem você está perseguindo”. Este encontro transformou radicalmente, e para sempre, a vida de Paulo. Enquanto se encontrava ainda no chão, Jesus continuou dizendo a ele: “Agora, levante-se, fique em pé. Eu lhe apareci para constituí-lo servo e testemunha do que você viu a meu respeito e do que lhe mostrarei”. Paulo levantou-se para iniciar uma nova jornada, uma nova vida, uma nova missão. Depois de passar três anos na Arábia, ele volta para Jerusalém e inicia seu longo ministério, proclamando as boas novas do Evangelho de Cristo ao mundo. Paulo tinha uma vida como todos nós. Era um homem íntegro, zeloso e coerente com suas convicções, como alguns de nós. No entanto, quando Cristo se revelou a ele como Filho de Deus, Salvador, ele se entregou completamente. As coisas velhas ficaram para trás; suas velhas ambições foram abandonadas; seus velhos princípios, valores e conceitos, também deixados para trás. Não era mais o mundo quem determinava o que era o certo ou o errado – nem mesmo sua consciência tinha a última palavra. O que lhe importava a partir de então era Cristo, sua palavra, sua cruz, sua ressurreição, sua vontade.

Temos perdido este conceito tão central e fundamental da conversão. O Cristo que queremos servir não é mais aquele que se revela, mas um que nós criamos a partir daquilo que nos interessa. Não somos mais convertidos a ele, mas é ele quem se converte a nós. A vida cristã não significa mais o “ser nova criatura”, mas permanecer sendo a mesma criatura, apenas com um leve toque de verniz religioso. Não queremos deixar nada para trás; não pretendemos nos despir do “velho homem” com suas manias, vícios, pecados e hábitos imorais; não queremos abrir mão das ambições mesquinhas; muito menos, das vaidades infantis. Não é mais a voz de fora que fala conosco, mas uma voz de dentro, uma voz que nasce do medo, das inseguranças e dos desejos confusos e neuróticos que definem a natureza da fé.

Precisamos recuperar o significado de dizer: “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”. Precisamos voltar a viver pela fé no Filho de Deus, e não pelos impulsos da nossa natureza caída ou atraídos pelo fascínio de uma cultura que nega a cruz de Cristo.

Precisamos reconhecer mais uma vez que o chamado de Cristo envolve a renúncia e a radicalidade de um discipulado no qual o Filho de Deus permenece sendo o Senhor da Igreja. Num cenário de esvaziamento ético e frouxidão moral, os cristãos são chamados mais uma vez a dar testemunho de esperança através de uma vida comprometida com os propósitos de Deus para sua criação. A sobrevivência da humanidade dependerá da integridade daqueles que sustentam o testemunho da graça de Deus.

(RICARDO BARBOSA)

29/04/2008

Orando secretamente.

Por David Wilkerson.

Tenho uma pergunta para você: o que o povo cristão pode fazer em períodos de julgamento iminente da parte de Deus, para mover o coração do Senhor?
Estamos vendo calamidades naturais numa escala como nunca houve antes: ondas marítimas gigantescas, furacões, incêndios, inundações, secas. Penso nas devastações que abalaram todo o mundo, perpetradas pelo tsunami, pelo furacão Katrina, por terremotos na Índia e no Paquistão.

Penso também no medo e no desespero causados por calamidades produzidas pelo homem: os eventos de 11 de setembro de 2001, o conflito entre Israel e o Líbano, armas nucleares nas mãos de homens insanos. Até os comentaristas mais céticos dizem que já estamos vendo os inícios da 3ª guerra mundial.

Agora mesmo, muçulmanos em inúmeros países ameaçam destruir o cristianismo. Quando estive em Londres há pouco, ouvi dois jovens muçulmanos dizendo numa entrevista no rádio: "A nossa religião não é como o cristianismo. Não viramos a outra face. Decapitamos a cabeça do outro".

Eu lhe pergunto: em tempos difíceis como esse, a igreja estaria sem poder para fazer algo? Devemos ficar sentados e esperar que Cristo volte? Ou, somos chamados a tomar ação drástica de algum tipo? Quando em torno de nós o mundo inteiro treme, e o coração dos homens entra em falência por causa do medo, somos chamados para erguer armas espirituais e guerrearmos o adversário?

Por todo o globo, há uma sensação de que é inútil tentar resolver os problemas que se acumulam. Muitos sentem que o mundo atingiu o zênite da desesperança. O alcoolismo aumenta no mundo todo, e mais jovens do que nunca entram em bebedeiras. Vejo uma tendência igualmente perturbadora na igreja, à medida que cristãos se voltam para o materialismo. A mensagem que suas vidas pregam é: "Acabou a esperança. Deus desistiu".

Diga-me, seria esse o papel do povo de Deus em tempos negros? Será que os seguidores de Cristo devem cair um após o outro com o resto do mundo, e pegar à força uma fatia do bolo? Não, nunca!


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O Profeta Joel Viu um Dia Semelhante Se Aproximando de Israel,
Um Dia de "Sombra de Morte e Escuridão"


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Segundo Joel, o dia de escuridão que estava se aproximando de Israel seria um dia como nunca houvera em sua história. O profeta brada, "Ah! Que dia! Porque o Dia do Senhor está perto e vem como assolação do Todo-poderoso" (Joel 1:15).

Qual foi o conselho de Joel a Israel naquela hora negra? Ele trouxe a seguinte palavra: "Assim, agora mesmo diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto. E rasgai o vosso coração, e não os vossos vestidos, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em beneficência, e se arrepende do mal. Quem sabe se se voltará e se arrependerá, e deixará após si uma bênção...?" (2:12-14).

Lendo essa passagem, o que me atinge muito são duas palavras: “Agora mesmo”. Em meio à tremenda escuridão que caiu sobre Israel, Deus apela ao Seu povo: “Agora mesmo, na hora da Minha vingança - quando vocês Me puseram para fora da sociedade, quando a misericórdia parece impossível, quando a humanidade zomba das Minhas advertências, quando o medo e as trevas cobrem a terra - agora mesmo, Eu insisto para que voltem para Mim. Sou tardio em irar-Me, e sou conhecido por reter Minha, como fiz com Josias. O Meu povo pode orar e propiciar a Minha misericórdia. Mas o mundo não chegará ao arrependimento caso vocês disserem que não há misericórdia”.

Você está vendo a mensagem de Deus para nós? Como povo dEle, podemos suplicar em oração - e Ele nos ouvirá. Podemos propiciá-Lo e saber que Ele ouvirá as preces sinceras, eficazes e ferventes dos Seus santos.

Tenho uma palavra de aviso à igreja nesse momento: cuidado! Satanás vem especificamente à essa hora de trevas quando o desastre nuclear se forma sobre a terra, quando a impiedade ruge e aterroriza as nações. O Diabo sabe que estamos vulneráveis, e lança a mentira: “Que tipo de bem você pode fazer? Por que tentar evangelizar os muçulmanos, quando eles querem te matar? Não dá pra mudar nada. É melhor você desistir desse mundo saturado pelo pecado. Não vai adiantar orar por um derramamento do Espírito. Todo esse seu arrependimento se torna fútil”.

Mas Deus vem a nós com essa palavra de Joel: “Há esperança e misericórdia, agora mesmo. Sou de grande bondade, tardio em Me irar. E agora é a hora de você se voltar para Mim em oração. Eu posso retirar o Meu julgamento e mesmo trazer bênçãos para ti”.

Agora mesmo - nesses dias de assassino extremismo islâmico, quando o nosso país perdeu o rumo moral, quando os tribunais jurídicos estão banindo Deus para fora de nossa sociedade, quando o medo prende o mundo inteiro - é a hora de se voltar para o Senhor em oração. Mesmo que a Sua condenação esteja chegando por todos os lados, com taças de ira sendo derramadas, o Espírito Santo ainda busca trazer para Si a humanidade chamando-a até o último minuto do dia final.



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Para o Quê Exatamente Devemos Orar Em Dias Como os Atuais ?


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Eis a receita de Joel a Israel naquele dia de amarguras e trevas: "Tocai a trombeta em Sião, promulgai um santo jejum, proclamai uma assembléia solene. Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, reuni os filhinhos...Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o pórtico e o altar, e orem: Poupa o teu povo, ó Senhor, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que as nações façam escárnio dele. Por que hão de dizer entre os povos: Onde está o seu Deus?" (Joel 2:15-17).

Eis o chamado à igreja: "Não se desencoraje nem se entregue ao desespero. Você não deve acreditar nas mentiras do Diabo de que inexista esperança para despertamento". Pelo contrário, de acordo com Joel, o clamor do povo deve ser, "Senhor, pare a repreensão em Teu nome. Não deixe que a Tua igreja seja mais zombada. Faça com que o ímpio pare de nos governar com arrogância, de nos provocar e perguntar, 'Onde está o teu Deus?'".

A gente pode pensar, "O que Deus promete aqui é só uma possibilidade. Ele diz que 'poderia' deter Seu julgamento. Isso é nada mais do que um 'talvez', um 'pode ser'. Tudo que Ele requer do Seu povo pode ser em vão".

Não acredito que Deus suplicie Sua igreja. E Ele não enviará o Seu povo numa missão boba. Quando Abraão orou a Deus para que Sodoma (onde seu sobrinho Ló vivia) fosse poupada, o coração do Senhor foi movido para salvar a cidade mesmo se apenas dez justos vivessem lá. E Abraão orou assim quando anjos exterminadores estavam entrando na cidade. Estou convencido de que o povo de Deus atualmente deve propiciar o Senhor do mesmo jeito.


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Zacarias Nos Diz Que Deus Designou Três Lugares
Onde o Seu Povo Deve Lhe Fazer Petições em Oração


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Segundo Zacarias, há três lugares onde a oração deve ser feita: 1) na casa de Deus (a igreja), 2) em todo lar, e 3) no lugar secreto. O Senhor diz a Zacarias: ""Sobre a casa de Davi... derramarei o espírito da graça e de súplicas...A terra pranteará, cada família à parte; a família da casa de Davi à parte (significando a igreja)...a família da casa de Levi à parte (a família ou lar), e suas mulheres à parte (indivíduos)" (Zacarias 12:10; 12-13).

Quando Zacarias disse isso, Israel estava cercado por inimigos dispostos a destruí-lo. Havia grande tremor e temor - mas em meio a isso veio essa maravilhosa palavra: "Deus está chegando para tratar desses poderes do mal que estão contra vocês. Então, comecem a orar ardentemente no santuário. Comecem a orar em seus lares e casas. E orem em seu lugar secreto. O Espírito Santo vem, e lhes concederá o espírito de súplicas e graça, capacitando-os a orar".

Você está vendo a mensagem de Deus a nós nesta passagem? Ele está dizendo à igreja de todos os tempos, "Nos momentos de terror e medo, quero derramar sobre vocês o Meu Espírito. Mas preciso de um povo em oração sobre o qual O derramarei".


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1. A Oração Começa na Casa de Deus


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Todos os profetas do Velho Testamento chamaram o povo de Deus para a oração em comum, conjunta. O próprio Jesus declara, "Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração" (Mateus 21:13). O fato é que a história do mundo foi modelada pelas preces da igreja de Cristo.

Pense no seguinte: o Espírito Santo foi inicialmente dado na casa de Deus, no cenáculo. Lá os discípulos "perseveram unânimes em oração" (Atos 1:14). Lemos que Pedro foi liberto da prisão por um anjo, enquanto "muitas pessoas estavam congregadas e oravam" (12:12). A oração conjunta estava continuamente sendo feita pela libertação de Pedro.

Claramente, Deus libera muito poder devido às preces da Sua igreja. Assim, o chamado a esse tipo de oração não pode ser subestimado. Sabemos que a igreja foi comissionada a ganhar almas, praticar a caridade, a servir como local de reunião para a palavra de Deus ser pregada. Mas primeiro e antes de tudo, a igreja deve ser um lugar de oração. Esse é o seu chamamento primeiro, pois todos estes outros aspectos da vida da igreja nascem da oração.

Contudo a oração em comum é limitada. É limitada à programação de horários, e aos tipos de oração aos quais Deus nos chama a orar. Por exemplo, a igreja não é o lugar para o choro de nossas preces de queda e de angústia, quando citamos nossas cobiças e lascívias diante do Senhor e nos arrependemos delas. Algumas vezes a oração em conjunto pode se tornar uma desculpa para evitar esse tipo de oração privativa, quando ocorre um exame do coração. Alguns podem dizer, "Acabei de chegar de uma reunião de oração de duas horas", ou, "Jejuei com a minha igreja por três dias". Mas esse não é o único tipo de oração que o Senhor deseja de nós.


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2. Os Nossos Lares Também Devem Ser Um Lugar de Oração!


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"Se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer cousa que, porventura, pedirem, ser-lhes-á concedida por meu Pai, que está nos céus" (Mateus 18:19). Alguns cristãos chamam isso de "oração do acordo". Você é profundamente abençoado se tem um irmão ou irmã consagrado para orar em companhia dele. Na verdade, os intercessores mais poderosos que conheci vieram em dois ou três. Se de algum modo Deus me abençoou nessa vida - se me usou para a Sua glória - sei que é devido a uns tantos intercessores de poder que oram por mim diariamente.

O lugar onde esse tipo de oração tem lugar com mais poder é o lar. A minha mulher Gwen, e eu oramos juntos todos os dias, e creio que isso mantém nossa família junta. Oramos por cada um de nossos filhos durante seus anos de crescimento, para que nenhum se perdesse. Oramos por suas amizades e relacionamentos, que Deus mandasse embora namorados ou namoradas se houvessem sido enviados como armadilhas. Também pedimos por seus futuros companheiros, e agora estamos fazendo o mesmo por nossos netos.

É triste, mas poucas famílias cristãs gastam tempo para orar no lar. Pessoalmente posso testificar que estou no ministério hoje por causa do poder da oração em família. Todo dia, não importa onde meus irmãos e eu estivéssemos brincando, no quintal ou na rua, a minha mãe nos chamava da porta de casa, "David, Jerry, Juanita, Ruth - está na hora da oração!". (o meu irmão mais novo, Don, ainda não havia nascido.)

A vizinhança inteira sabia da hora de oração da nossa família. Eu às vezes odiava ouvir essa chamada, reclamava e me queixava. Mas alguma coisa claramente acontecia naquelas horas de oração, com o Espírito se movendo em meio à nossa família, e tocando as almas.

Talvez você não se veja tendo uma oração em família. Talvez tenha um cônjuge que não coopere, ou um filho rebelde. Amado, não importa quem escolhe não se envolver. Você ainda pode chegar à mesa, abaixar a cabeça e orar. Isso servirá como a hora de oração do seu lar, e todos os membros da família saberão disso.


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3. O Terceiro Lugar de Oração é Aquele Que Jesus Praticava
E Recomendava aos Discípulos:
O Lugar Secreto de Oração


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Oração em secreto acontece quando estamos a sós, em secreto. "Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará" (Mateus 6:6).

Ultimamente, o Espírito Santo tem me falado sobre esse tipo de oração. No passado eu ensinava que devido às exigências da vida, possamos ter um "lugar secreto de oração" em qualquer lugar: no carro, no ônibus, num intervalo do trabalho. Até certo ponto, isso é verdade.

Mas há mais. A palavra em grego para "secreto" nesse versículo quer dizer "quarto particular, um lugar secreto". Isso era claro aos seguidores de Jesus, pois as casas em sua cultura tinham um cômodo interno que servia como um tipo de despensa. A ordem de Jesus era para entrar nesse lugar secreto e fechar a porta. E é uma ordem individual, não do tipo que possa ocorrer na igreja ou com um parceiro de oração.

Jesus estabeleceu o exemplo para isso, ao se dirigir a lugar privativos para orar. Várias vezes as escrituras nos contam que Ele "retirou-se à parte" para orar. Ninguém era mais ocupado, sendo constantemente pressionado pelas necessidades dos que O cercavam, com tão pouco tempo para Si próprio. Ainda assim, lemos, "Tendo se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto e ali orava" (Marcos 1:35). "E, despedidas as multidões, subiu ao monte, a fim de orar sozinho. Em caindo a tarde, lá estava ele, só" (Mateus 14:23).

Veja a ordem dada a Saulo em Atos. Quando Cristo tomou esse perseguidor da igreja, Saulo não foi enviado à uma reunião conjunta da igreja, ou para Ananias, o grande guerreiro de oração. Não, Saulo deveria passar três dias sozinho e à parte, orando e conhecendo a Jesus.

Todos temos desculpas quanto a porque não oramos em secreto, num lugar especial a sós. Dizemos que não temos um lugar sozinho assim, ou tempo para fazê-lo. Thomas Manton, um piedoso escritor Puritano, diz o seguinte sobre esse assunto: "Dizemos que não temos tempo para orar em secreto. Contudo temos tempo para tudo mais: tempo para comer, para beber, para os filhos, mas não há tempo para o quê sustenta todo o resto. Dizemos que não temos um lugar em particular, mas Jesus encontrou um monte. Pedro, um telhado (eirado), os profetas um deserto. Se você ama alguém, encontrará um lugar para ficar a sós".



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Segundo as Escrituras, Deus Freqüentemente Nos Aflige
Para nos Levar de Volta ao Lugar de Oração


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Davi testifica, “Antes de ser afligido, andava errado, mas agora guardo a tua palavra” (Salmo 119:67). Ele está reconhecendo que quando tudo está calmo e sereno, e com poucos problemas, temos a tendência a nos esfriar ou a ficarmos mornos quanto à oração. Dizemos que amamos Deus, mas em nossos bons momentos podemos na verdade apostatar, negligenciando a comunhão com o Senhor. Então, às vezes, Deus permite afiadas flechas de aflição para nos acordar.

Muitos piedosos pais da igreja comentaram sobre esse assunto. João Calvino diz que nunca oferecemos obediência a Deus enquanto não formos compelidos a fazê-lo devido à Sua correção. E C.S. Lewis escreve, “Deus cochicha em nossos prazeres, mas grita em nossa dor. É o megafone dEle despertando um mundo surdo. A dor remove o véu”.

Às vezes consideramos a oração como algo muito casual. Mas na hora dos problemas nos vemos lutando com o Senhor todos os dias, até assegurarmos em nosso espírito que Ele tem tudo sob controle. Quanto mais queremos ser lembrados desta segurança, mais vamos ao nosso lugar de oração.

A verdade é que Deus nunca permite aflição em nossas vidas exceto como ato de amor. Vemos isso ilustrado na tribo de Efraim em Israel. O povo havia caído em grande aflição, e clamou ao Senhor em agonia. Ele respondeu, “Bem ouvi que Efraim se queixava” (Jeremias 31:18).

Como Davi, Efraim testifica, “Castigaste-me, e fui castigado como novilho ainda não domado; converte-me, e serei convertido, porque tu és o Senhor, meu Deus” (31:18). Em outras palavras, “Senhor, Tu nos castigaste por algum motivo. Éramos como um touro jovem, sem aprendizado, cheio de energia, mas Tu nos castigaste a fim de nos domar para o Teu serviço. Trouxeste controle à nossa fúria”.

Veja, Deus tinha grande planos para Efraim, de frutos e satisfação. Mas primeiro teriam de ser instruídos e treinados. Assim, Efraim declara, “arrependi-me; depois que fui instruído” (31:19). Na verdade disseram, “No passado, quando Deus nos tinha na sala de aula preparando-nos para o Seu serviço, não podíamos receber correção. Fugíamos, gritando ‘É muito difícil’. Éramos teimosos, sempre saindo do jugo que Ele colocava. Então Deus pôs sobre nós um jugo mais apertado, e usou Sua vara do amor para quebrar nossa teimosa vontade. Agora, nos submetemos ao Seu jugo”.

Nós também somos como Efraim: touros jovens e egoístas que não querem jugo. Evitamos a disciplina do arado, evitamos vivenciar a dor, aceitar o cajado e vara. E esperamos ter tudo agora - vitória, bênção, frutos - meramente reivindicando as promessas de Deus, ou “as tomando pela fé”. Nos irritamos por sermos treinados no lugar secreto, pela luta com Deus até que as Suas promessas sejam cumpridas em nossas vidas. Aí, quando chega a aflição, achamos “Somos o povo escolhido de Deus. Por que isso está acontecendo?”.

O lugar de oração é a nossa sala de aula. E se não tivermos esse “tempo a sós” com Jesus - se formos liberados da intimidade com Ele - não estaremos preparados quando a inundação chegar.


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Nem Toda Aflição em Nossa Vida É Correção de Deus


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Há outras razões para nossas aflições que estão muito além de nossa compreensão. Mesmo assim, sabemos que o Seu amor está sempre agindo em nossas aflições. Deus nos diz, "Em meio a todo o teu sofrimento, tenho você em Minha mente. Você é Meu precioso filho. Sinto a sua dor, e certamente terei misericórdia de Ti".

Mais importante, em nossa pior aflição Ele nos envia o Consolador: "O Consolador, o Espírito Santo... vos ensinará todas as cousas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito. Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou" (João 14:26-27).

Como o Senhor traz consolação e paz em nossa aflição? Ele nos leva ao lugar secreto de intimidade com Ele. É lá - Jesus nos lembra - que o Pai nos toca pessoalmente: "Quando orar, entre em teu lugar secreto e tranque a porta. Ore ao teu Pai, que te vê em secreto. E Ele lhe recompensará" (Mateus 6:6, paráfrase minha).

Recentemente, um querido amigo meu - bispo do movimento Pentecostal na Hungria - morreu tragicamente em um acidente estranho. Sua grelha de assar pegou fogo e ele se queimou gravemente. Ele foi tratado e achou estar bem, mas poucos dias após morreu subitamente devido a coágulos sangüíneos que se formaram.

Amigos de todo o mundo estão junto à sua viúva em termos de oração e sustentação. Ainda assim a real consolação para ela virá do alto. Nenhum psicólogo pode ajudá-la em sua dor tão profunda. O Consolador é fiel para encontrá-la no lugar secreto.

Conheço um precioso ministro e sua esposa que dirigem um orfanato na América Central. Há poucos anos atrás acolheram um bebê que estava virtualmente meio morto. Esse precioso menino se tornou o amado "pequeno príncipe" do orfanato. Então recentemente, num acidente estranho, o câmbio de um carro se deslocou numa van estacionada e o pequeno garoto foi atropelado e morto.

O casal está em tremendo desespero pela perda. As outras crianças do orfanato que viram o acidente acontecer, também estão inconsoláveis. O quê pode ser dito a eles para tocar a profunda dor? Nada dos meus cinqüenta anos de ministério pode tocar esse lugar dos meus queridos amigos. Eles têm braços de amor em torno deles, mas a consolação real virá do Pai, que vê sua dor em secreto.

Compreendo que não posso alcançar os milhares de crentes que estão sofrendo agora e nos escrevem. Recebemos uma carta de uma esposa grávida, casada com um pastor. Ela acabou de descobrir que o marido é um pedófilo. Ela escreve, "Não sei o que fazer. Creio que tenho de me divorciar de meu marido. Não o quero molestando nosso filho".

Há algo que todo irmão e toda irmã que esteja sofrendo pode fazer: leve tudo a Jesus, tranque-se com Ele e ache consolo em Sua presença. O Senhor diz, "Porque satisfiz a alma cansada, e toda a alma entristecida saciei" (Jeremias 31:25). Como Deus faz isso? Ele os encontra no lugar secreto: "Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará" (Salmo 91:1).

Você vê a importância de determinar no coração orar num lugar secreto? Não se trata de legalismo ou escravidão, mas trata-se de amor. Trata-se da bondade de Deus para conosco. Ele vê o que vem à frente e sabe que necessitamos de tremendos recursos, de sermos novamente preenchidos e renovados. Tudo isso é encontrado no lugar secreto com Ele.

Podemos achar que não sabemos como orar. Mas podemos começar simplesmente louvando-O. O que importa é que você está lá pela fé, pelo amor obediente, e o Pai o verá lá. Ele irá lhe revelar Seu amor em secreto, e o recompensará com o fruto do Seu reino. O Espírito Santo irá orar através de você e lhe dar expressão.


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Usado através de permissão concedida por World Challenge, P. O. Box 260, Lindale, TX 75771, USA.

28/04/2008

Ai de mim, se não pregar o Evangelho.

Ai de mim, se não pregar o evangelho!


Por conta de um “cacoete” do pensamento humano, o nosso coração, muitas vezes, é tentado pela idéia de que a vida cristã é uma vida de alternativas. É como se estivéssemos diante de várias escolhas, vários caminhos, e que qualquer um deles poderia nos levar à plenitude do que Deus estabeleceu para nós. Isso é um engano!

A vida cristã é uma vida de possibilidades e de condições, mas com uma só direção. Quando Deus nos desafia nessa determinada direção, Ela estabelece um alvo. Algo totalmente possível, pois Ele nos dá ao mesmo tempo, os critérios e as condições para que isso seja assim. Ele não só revela o alvo a ser alcançado, gerando em nós o querer alcançá-lo, como nos dá também as condições para alcançá-lo.

Enquanto nos enchemos com a Sua palavra, pelo Seu Espírito Santo, Ele vai revelando a nós os segredos do Seu coração, ocultos em Cristo. De modo que, nossos olhos vão sendo abertos. Assim, na medida em que seguimos o Caminho que Ele mesmo aponta para nós, em plena submissão à Sua vontade, Seus desígnios eternos vão se cumprindo em nós e através de nós.

Tanto Davi, quanto Paulo compreenderam a singularidade e a supremacia da vontade e dos propósitos de Deus em suas vidas. No Salmo 139, Davi suplica a Deus para que examine os vários caminhos que ele tem no coração, pois ele não que segui-los, mas quer der guiado por um caminho eterno. Já o apóstolo Paulo, na carta de Filipenses, diz que seu compromisso é atingir o alvo, e não “um alvo”.

Sua perspectiva de caminhada não considera qualquer alternativa diferente da que Deus havia estabelecido, que ele chama de vocação soberana.

É segundo esse entendimento que o mesmo Paulo escreve a Timóteo: “Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.” (II Timóteo 4)

Sua palavra não tem o teor de um convite que pode ser aceito ou não, dependendo do interesse ou da motivação do convidado. Pelo contrário, trata-se de uma intimação, de uma direção a ser seguida. Não fosse a relação íntima e profunda que desfrutavam, e a consciência seguir que Paulo tinha de seu papel na vida daquele que chamava de filho, tal palavra poderia soar agressiva ou arrogante.

Contudo, são amigos, companheiros do mesmo Caminho, esforçando-se para ver cumprida, na vida um do outro, a soberania da vocação de Deus para ambos. Buscando atingir, com todas as forças, o mesmo alvo.

Que direção é essa? Que alvo é esse? Afinal, onde está a essência de toda vontade de Deus para nós, e de que maneira podemos cumpri-la?

Que preguemos a Sua Palavra de todas as formas, por todos os meios e com todas as nossas forças. Que suas virtudes sejam manifestas através de nós, o Seu povo. Que todos O conheçam e desfrutem de Seu amor e bondade. Que toda a ignorância seja removida dos corações e mentes. Que a luz resplandeça nas trevas.

Não temos que ficar nos perguntando sobre o que fazer, ou se devemos fazer. Tampouco, a quem devemos pregar e quando. A única pergunta que ainda nos cabe é como. Deus quer que preguemos, em toda e qualquer situação e a todas as pessoas em todos os lugares. Afinal, como crerão se não há quem pregue?

Os campos estão brancos para a ceifa, só faltam mais trabalhadores. Os corações estão desejosos de conhecer o verdadeiro amor, a criação geme como quem tem dores de parto. Todos à espera de que os filhos de Deus se revelem.

Deus quer que preguemos, em toda e qualquer situação e a todas as pessoas em todos os lugares. Afinal, como crerão, se não há quem pregue?

Nosso clamor deve ser para que Deus mande mais trabalhadores com o coração ardendo de desejo por pregar as boas novas aos pobres e perdidos. Suplicar para que sejamos sensíveis aos gemidos das pessoas, a fim de que nossa palavra seja temperada com sal, gerando graça no coração de quem a ouvem. E, que Ele nos instrua, em cada situação e lugar, quanto aos meios mais adequados e eficientes a serem usados; que as portas se abram e os recursos necessários sejam liberados.

Conjuro-vos, a que estejam preparados para pregar essa Palavra, a tempo e fora de tempo.

Na medida em que essa Palavra viva e eficaz, o poder de Deus para salvação de todo o que crê, vai alcançando pessoas de todos os lugares, de todos os povos, de todas as línguas e nações, vai trazendo à luz os filhos de Deus. Até que, depois de um breve período de dores, lágrimas, renúncias, sacrifícios, venha o fim. A destruição de todo domínio, poder e autoridade que subjugam a terra, para que ela seja, enfim, totalmente coberta pela glória de Deus.

Portanto, diante de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos por Sua manifestação e Seu Reino, eu vos exorto solenemente, veementemente, conjuro-vos, a que estejam preparados para pregar essa Palavra, a tempo e fora de tempo.

De todo o coração, conclamo-vos a que retomemos o ardor e a paixão da nossa pregação. Que cada um de nós cumpra, e bem, a obra de um evangelista, na firme convicção de que essa é a vocação que se impõe sobre nós.

Maranatha, ora vem Senhor Jesus!

Paulo Jr.

(extraído da Carta Viva – Edição 2007 - nº 8 - págs. 16 e 17)

Uma questão de Fé

Uma questão de fé
26/12/07
Um amigo do interior de São Paulo me enviou uma correspondência eletrônica contendo um artigo , muito interessante, sobre oração. O articulista argumentava que orar é como estar com alguém querido num lugar aprazível, onde momentos de conversa franca e profunda alternam-se com significativos momentos de silêncio, e não essa prática moderna que transforma Deus no garçom que nos atende nesses lugares, uma vez que a oração se tem transformado num mero desfilar de pedidos, a maioria de cunho pessoal.

O texto, muito bem escrito, parecia sugerir que há formas adequadas de orar e de promover a comunhão com o Eterno. Acontece, porém, chamei a atenção de meu amigo, que não há formas seguras de orar, isto é, não é possível saber como o Altíssimo está julgando ou recebendo nossas orações. Deus olha para o coração. É um olhar só dele. Jesus ilustra isso contando-nos a história do publicano e do fariseu: um desfila suas qualidades, outro confessa seu estado de pecado. Jesus esclarece que o confessor desce justificado, enquanto que o outro sequer estava falando com o Pai, pelo contrário, falava de si para si mesmo. O que fazer, então? Precisa-se compreender que, na relação com a Trindade, tudo é pela fé. A gente segue as recomendações divinas e, pronto. Caso contrário, nós vamos nos tornar prisioneiros das sensações, sejam elas quais forem, podem ser as mais histriônicas ou as mais compenetradas, com cara de compreensão do mistério do encontro. São só sensações. O justo vive pela fé.

O que Deus diz sobre oração? Sigamo-lo. Se você está sofrendo ore, disse Tiago. Se está ansioso ore, lançando sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de você, disse Pedro. Ore sem cessar, disse Paulo. Ore em secreto, disse Jesus. Ore em nome de Jesus, disse o próprio Senhor. E isso não é um toque de mágica, é a certeza de que seja qual for a oração e o seu motivo, Deus só a recebe por causa do sacrifício de Jesus. Não tem a ver nem com a quantidade, nem com a intensidade. Só somos recebidos pelo Altíssimo por causa do sacrifício de Cristo. E só podemos falar com a Trindade se o fizermos sob o apadrinhamento de Jesus, só seremos recebidos se deixarmos claro que estamos ousando chegar até o Trono Eterno por causa do favor de Jesus, e que sabemos que só podemos ser recebidos por que o sacrifício de Cristo resolveu a pendência que os céus, com justiça, tinha contra nós. A oração não se sustenta em nenhuma forma, das mais populares às mais rebuscadas, das mais vulgares às mais recheadas de espiritualidade, de qualquer espiritualidade. Oração é uma questão de fé em Jesus, na eficácia de seu sacrifício.

(Ariovaldo Ramos)

25/04/2008

NAS MÃOS DO OLEIRO

“Palavra do Senhor que veio à Jeremias, dizendo: Dispõe-te, e desce à casa do oleiro, e lá ouvirás as minhas palavras. Desci à casa do oleiro, e eis que ele estava entregue à sua obra sobre as rodas. Como o vaso que o oleiro fazia de barro se lhe estragou na mão, tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu. Então, veio a mim a palavra do Senhor: Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? – diz o Senhor; eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel.” (Jeremias 18:1-6)

São muitas as ilustrações que este texto das Escrituras nos traz; coisas práticas para observarmos em nossa vida cristã diária, como por exemplo:

1.É na casa do oleiro que o vaso é moldado. Se o Senhor Deus é o oleiro e nós somos os seus vasos, A IGREJA É A CASA DO OLEIRO, POIS A IGREJA É A CASA DE DEUS. É lá que somos tratados, moldados e remodelados por Deus. Aconteça o que acontecer, não se afaste da igreja.

2.Nós somos obra do Senhor e a cada dia ele nos molda para ficarmos segundo o desejo do Seu coração, segundo a forma que Ele planejou para que sejamos. Para nos moldar ele usa a “roda da vida”. Cada dia da nossa existência é como se fosse um giro dessa roda. Coisas boas e ruins acontecem, encontramos pessoas boas e ruins, tudo o Senhor Deus usa para moldar o nosso caráter, para nos fazer melhores.

3.Às vezes fazemos coisas erradas, pois estamos no meio de um aprendizado. Outras vezes são até mesmo erros graves; estragamos tudo, nos estragamo junto, mas, se estivermos nas mãos do oleiro ele fará de nós um outro vaso. Este é o segredo: nossa vida precisa estar sempre nas mãos de Deus. Eventualmente cometeremos erros, simplesmente pelo fato de não sermos perfeitos. Quando éramos criança e estávamos começando a andar, todos nós, sem exceção, caíamos ao tentar andar, mas, nossos pais nos ergueram a cada vez que caíamos. “O cair é do homem, mas o levantar é de Deus. Ouse andar com Deus” Se você cair, não ficará prostrado, pois o Senhor o levantará.

4.“tornou a fazer dele OUTRO VASO SEGUNDO BEM LHE PARECEU.” Isto precisa ser bem assimilado. Quando nos estragamos nas mãos de Deus ele faz um outro vaso, um vaso novo segundo bem lhe parece. Não seremos mais os mesmos. Temos que esquecer o passado e partir para o futuro confiantes na misericórdia do Senhor que é grande. Não adianta viver na nostaugia, na saudade daqueles tempos, etc. temos que olhar para frente, agirmos como vasos novos, prontos para sermos cheios de coisas novas. Quando Deus faz um vaso novo, na minha opinião, Ele o faz melhor do que o anterior. Querer ser o mesmo vaso de antes traz lembranças ruins, frustração... encarar o fato de que se é um vaso novo traz desafio.

5.O barro só pôde ser reaproveitado porque estava mole, maleável. A água, a chuva é um símbolo do Espírito Santo. A ação dEle em nossas vidas nos faz maleáveis. Exponha-se à ação do Espírito em sua vida. Deixa Ele amaciar você. Para melhor entendimento do que estou falando, vamos ler a respeito de outro vaso, no mesmo livro do profeta Jeremias exatamente no capítulo seguinte, o 19. Parece que pela ordem em que o assunto foi abordado, Deus estava querendo comunicar-nos algo.

Jeremias 19: 1, 2 : “Assim diz o Senhor: Vai, compra uma botija de oleiro e leva contigo alguns dos anciãos do povo e dos anciãos dos sacerdotes. Sai ao vale do filho de Hinom, que está à entrada da Porta do Oleiro, e apregoa ali as palavras que eu te disser...” v. 10 “Então, quebrarás a botija à vista dos homens que foram contigo e lhes dirás: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Deste modo quebrarei eu este povo e esta cidade, como se quebra o vaso do oleiro, QUE NÃO PODE MAIS REFAZER-SE...”

Isso não é interessante? No capítulo 18 lemos sobre um vaso que se estragou e encontrou recuperação e aqui, no capítulo 19 lemos de um vaso que, sendo quebrado não pode ser recuperado. Porque? Muito simples. Aquele estava mole, maleável, tratável, corrigível; este, endurecido pelo tempo, já estava seco. Cuidemos, pois, das nossas vidas para que não fiquemos com os corações endurecidos, secos e sejamos quebrados de uma só vez.

Espero que estas breves letras o impulsione para estar mais perto de Deus. Seu lugar deve ser nas mãos do Oleiro Celestial.


Pr. Antônio Cirilo
Ministério Santa Geração

ALEGRAI-VOS NO SENHOR

Filipenses 4:4 "Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos. 5 - Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor. 6 - Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. 7 - E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus."

Alegrai-vos sempre no Senhor. A carta de Paulo aos Filipenses é especificamente dirigida, dentre outros crentes de Filipos, à Lídia e à sua casa e ao Carcereiro com a toda a sua casa.

Atos 16 12 "E dali, a Filipos, cidade da Macedônia, primeira do distrito e colônia. Nesta cidade, permanecemos alguns dias. 13 - No sábado, saímos da cidade para junto do rio, onde nos pareceu haver um lugar de oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que para ali tinham concorrido. 14 - Certa mulher, chamada Lídia, da cidade de Tiatira, vendedora de púrpura, temente a Deus, nos escutava; o Senhor lhe abriu o coração para atender às coisas que Paulo dizia. 15 - Depois de ser batizada, ela e toda a sua casa, nos rogou, dizendo: Se julgais que eu sou fiel ao Senhor, entrai em minha casa e aí ficai. E nos constrangeu a isso. 16 - Aconteceu que, indo nós para o lugar de oração, nos saiu ao encontro uma jovem possessa de espírito adivinhador, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores. 17 - Seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens são servos do Deus Altíssimo e vos anunciam o caminho da salvação. 18 - Isto se repetia por muitos dias Então, Paulo, já indignado, voltando-se, disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, eu te mando: retira-te dela. E ele, na mesma hora, saiu. 19 - Vendo os seus senhores que se lhes desfizera a esperança do lucro, agarrando em Paulo e Silas, os arrastaram para a praça, à presença das autoridades; 20 - e, levando-os aos pretores, disseram: Estes homens, sendo judeus, perturbam a nossa cidade, 21 - propagando costumes que não podemos receber, nem praticar, porque somos romanos 22 - Levantou-se a multidão, unida contra eles, e os pretores, rasgando-lhes as vestes, mandaram açoitá-los com varas E, depois de lhes darem muitos açoites, os lançaram no cárcere, ordenando ao carcereiro que os guardasse com toda a segurança 24 - Este, recebendo tal ordem, levou-os para o cárcere interior e lhes prendeu os pés no tronco. 25 - Por volta da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam louvores a Deus, e os demais companheiros de prisão escutavam. 26 - De repente, sobreveio tamanho terremoto, que sacudiu os alicerces da prisão; abriram-se todas as portas, e soltaram-se as cadeias de todos. 27 - O carcereiro despertou do sono e, vendo abertas as portas do cárcere, puxando da espada, ia suicidar-se, supondo que os presos tivessem fugido. 28 - Mas Paulo bradou em alta voz: Não te faças nenhum mal, que todos aqui estamos! 29 - Então, o carcereiro, tendo pedido uma luz, entrou precipitadamente e, trêmulo, prostrou-se diante de Paulo e Silas. 30 - Depois, trazendo-os para fora, disse: Senhores, que devo fazer para que seja salvo? 31 - Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa. 32 - E lhe pregaram a palavra de Deus e a todos os de sua casa. 33 - Naquela mesma hora da noite, cuidando deles, lavou-lhes os vergões dos açoites. A seguir, foi ele batizado, e todos os seus . 34 - Então, levando-os para a sua própria casa, lhes puseram a mesa; e, com todos os seus, MANIFESTAVA GRANDE ALEGRIA, POR TEREM CRIDO EM DEUS."

Alegrai-vos no Senhor é uma exortação a continuar exultante por aquilo que aconteceu conosco no que diz respeito à salvação. Nós nascemos de novo através do poder do Espírito Santo e da palavra de Deus. Isso é tremendo! Temos que tomar cuidado para não nos comprometermos com o pecado, pois, o pecado entristece o Espírito Santo que habita em nós. E essa alegria a qual se refere as escrituras é a alegria do Espírito.

O rei Davi, após ter sido tentado pela sua cobiça, caido em pecado, recebido exortação ao arrependimento e, finalmente vencido a batalha contra o pecado através da confissão do pecado, já arrependido orou ao Senhor:

"1- Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões. 2 - Lava-me completamente da minha iniqüidade e purifica-me do meu pecado 3 - Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim. 4 - Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos, de maneira que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar. 5 - Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe. 6 - Eis que te comprazes na verdade no íntimo e no recôndito me fazes conhecer a sabedoria. 7 - Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo que a neve 8 - Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que exultem os ossos que esmagaste. 9 - Esconde o rosto dos meus pecados e apaga todas as minhas iniqüidades. 10 - Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. 11 -Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito. 12 - Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário. 13 - Então, ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores se converterão a ti. 14 - Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua exaltará a tua justiça. 15 - Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca manifestará os teus louvores. 16 - Pois não te comprazes em sacrifícios; do contrário, eu tos daria; e não te agradas de holocaustos. 17 - Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus. 18 - Faze bem a Sião, segundo a tua boa vontade; edifica os muros de Jerusalém. 19 - Então, te agradarás dos sacrifícios de justiça, dos holocaustos e das ofertas queimadas; e sobre o teu altar se oferecerão novilhos" (Salmos 51).

Se você precisa repetir essa oração então comece agora mesmo. Abra a tua boca e comece a falar em voz alta, pois Deus é misericordioso e te perdoa agora mesmo. Não perca a alegria da salvação, não perca o espírito voluntário. Alegrai-vos sempre no Senhor. Pois, a alegria do Senhor é a vossa força. Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor. O Senhor está perto, por isso podemos ser moderados ao passarmos pelas provas. Precisamos dar bom testemunho mesmo nos momentos em estamos inseguros e confusos. A nossa insegurança e confusão não mudam a fidelidade de Deus. O Senhor é bom e a sua misericórdia dura para sempre e de geração em geração a sua fidelidade.

O apóstolo Paulo nos exorta a viver de modo digno da vocação que fomos chamados (Efésios 4). Entretanto, antes do chamado ministerial nos somos chamados a ser mais que vencedores. Antes de ser um homem ou mulher de Deus o homem tem ser homem e a mulher tem de ser mulher, pessoas de fibra, bravos, homens e mulheres de caráter firme diante de Deus, dos homens e das circunstâncias. Nós não somos coitadinhos, somos mais que vencedores, é isso que somos, pois é isso que a Bíblia diz que somos. Temos que aprender a preservar a dignidade cristã mesmo nos momentos mais difíceis, e isso depende do ponto de vista que encaramos um problema, por exemplo, se perder o emprego, se declare um empresário, mesmo que esteja vendendo doce no ponto de ônibus. Isso não é mentira. Um vendedor de doces, de picolé, enfim, é um empresário. E nós somos hoje o que acreditamos e confessamos ontem. E amanhã seremos o que cremos e confessamos hoje. Se acabar a comida, declare oficialmente um jejum em adoração a Deus, mas não passe fome. Já ouvimos histórias a respeito de pessoas que morreram de fome, mas, se ao invés de terem passado fome, tivessem jejuado, lá para o terceiro dia Deus teria enviado um anjo para servir essa pessoa, Aleluia! Jó após ouvir as piores notícias da sua vida, dentre elas que todos os seus filhos haviam morrido em um só dia, a Bíblia diz que ele adorou a Deus. Viver de modo digno da vocação para a qual fomos chamados é viver com moderação e isso depende do nosso ponto de vista no tocante aos problemas normais da vida. Tem gente que consegue ver dez problemas em uma solução, mas o Espírito de Deus pode ajudar você a ver dez soluções em um problema. Vivamos com moderação, pois perto está o Senhor.

Não andeis ansiosos de coisa alguma. O ser humano é ansioso por natureza, pois fomos criados assim. E ao dizer "não andeis ansiosos", de forma nenhuma se deseja anular a nossa humanidade, mas, canalizar a ansiedade para o lugar certo e para a pessoa certa. A ansiedade não foi criada por Deus para ser depositada em coisas. Ela foi criada para ser depositada em pessoas, mais especificamente na pessoa do próprio Deus, pois, a ansiedade é um tempero todo especial nos relacionamentos amorosos e, mais expecificamente na adoração a Deus. Às vezes o nosso coração até dói desejando por mais de Deus. A ansiedade é um ingrediente do amor. A Bíblia diz que o Espírito Santo de Deus nos ama tanto que Ele anseia por nós até com ciúmes (Tiago 4). No salmo 42: "minha alma anseia pelo Deus vivo", no Salmo 84: "a minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor" Salmo 119:173: "suspiro, Senhor pela tua salvação". O suspiro é uma materialização da ansiedade. Até mesmo nos momentos de grande pressão suspiramos ansiando por um descanso, e quando assim fazemos encontramos o descanso. O suspiro é uma linguagem espiritual, é como um clamor sem palavras, uma comunicação silenciosa para os homens, mas no céu chega como um grito da alma faminta e sedenta pelo socorro do Todo Poderoso. Recapitulando, não andeis ansiosos POR COISA ALGUMA. Mas, anseie pela presença de Deus a cada dia. Canalize sua ansiedade para buscar a face do Todo Poderoso.

Em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. As necessidades são reais; as situações estão aí a cada dia. Por isso, EM TUDO, sejam conhecidas diante de Deus nossas petições. Como? Através da oração, da súplica e de ações de graças.

O que é oração? O que é súplica? Orar é clamar a Deus. Não é pensar, é clamar. Clamar é diferente de simplesmente falar, é invocar. Invoca-me e te responderei, diz o Senhor e anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas que não sabes. Clamar, no pé da letra, é gritar, erguer a voz, esgoelar-se, "soltar escandalosamente o verbo".

Se alguém está se afogando e vê o seu salvador ali por perto, o que ele faz? Ele diz: "socorro..." ou ele grita: SOCOOOOORRRRRRO... ME AJUDEEEEE! Acredito que você sabe o que esse alguém faria. E é exatamente isso que você deve fazer quando precisa do socorro de Deus.

Clame a Deus e Ele te ouvirá. Faça sua petição com clamor a Ele, mas não faça da sua necessidade o seu Deus. Tudo deve ser feito num ambiente de profunda adoração para que as necessidades não se tornem mais importantes que Deus. Se esse entendimento entrar em você, nenhuma das suas orações cairá por terra. Esse entendimento é tão profundo e eu quero ir mais fundo nele com você. Salmo 138 diz que antes da palavra chegar à nossa boca o Senhor a conhece toda. Isso nos diz que o clamor não é algo da boca para fora, é algo da boca para dentro, embora tenha que ser pronunciado em alto e bom som. É uma voz que vem do mais profundo do coração e da alma do necessitado. A palavra estabelece as coisas no mundo natural. Esse chão que você está pisando agora mesmo foi criado pela palavra de Deus. O poder opera através da palavra proclamada com a fé de que Deus é capaz de realizar aquilo que aos olhos humanos parece impossível. O mundo que vemos veio a existir e é sustentado a cada segundo por meio da palavra de Deus. A nosso deve estar alinhada com a palavra de Deus e o nosso clamor deve estar de acordo com Ela. A Bíblia é a palavra de Deus.

Hebreus 5:7 "Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte CLAMOR E LÁGRIMAS, ORAÇÕES E SÚPLICAS a quem o podia livrar da morte e tendo sido ouvido por causa da sua piedade."

Por este texto acima citado vemos que o nosso Senhor Jesus ofereceu, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas. Este texto descreve a intensidade da oração do Senhor, ou seja: "forte clamor" e também descreve a intensidade da súplica. "Lagrimas", ou seja, a súplica é o clamor levado ao extremo das lágrimas. Isaías 57:15: "Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos".

COM AÇÕES DE GRAÇAS. O que é ações de graças? Ações de graças são atitudes de gratidão. Não são pensamentos, nem palavras. São atitudes de gratidão. Atitude é uma linguagem que o céu entende. Deus não apenas amou o mundo. Ele fez mais que isso, ele deu o que ele tem de mais preciso no céu, seu amado Filho Jesus Cristo. Essa é a linguagem celestial: se você crê, você fala, você faz. O dízimo, por exemplo, é uma expressão de gratidão por tudo aquilo que o Senhor Deus nos deu. A oferta é uma expressão de gratidão a Deus por aquilo que Ele nos dará, é uma adoração por fé. O dízimo é o fruto da fé, a oferta uma semente de fé.

Desafio você a canalizar sua ansiedade para o Senhor, para buscar a sua magnífica presença, a crer e praticar essa palavra. Se você assim fizer o inevitável acontecerá. A paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus. Mas, se você insistir em viver apenas focado nas coisas materiais e se apartar do Senhor e do santo monte do Senhor (a igreja), se insistir a canalizar sua ansiedade para as "coisas", o inevitável também acontecerá. Isaías 65:11 "Mas a vós outros, os que vos apartais do SENHOR, os que vos esqueceis do meu santo monte, os que preparais mesa para a deusa Fortuna e misturais vinho para o deus Destino, 12 - também vos destinarei à espada, e todos vos encurvareis à matança; porquanto chamei, e não respondestes, falei, e não atendestes; mas fizestes o que é mau perante mim e escolhestes aquilo em que eu não tinha prazer. 13 - Pelo que assim diz o SENHOR Deus: Eis que os meus servos comerão, mas vós padecereis fome; os meus servos beberão, mas vós tereis sede; os meus servos se alegrarão, mas vós vos envergonhareis; 14 - os meus servos cantarão por terem o coração alegre, mas vós gritareis pela tristeza do vosso coração e uivareis pela angústia de espírito."

Mas eu estou confiante e esperançoso, irmãos, embora escreva desta maneira, que você faz parte de uma santa geração, que, assim como eu está aprendendo e se esforçando no que diz respeito às coisas de Deus, com temor. Estou confiante porque, se você se interessou em ler um artigo como este é porque existe uma sede por mais de Deus em seu coração, que está procurando por Deus, que vai encontrar a Deus. Este ensino e exortação visam abalar as nossas estruturas para que as mesmas possam ser reconstruídas por Deus segundo a sua vontade e sua verdade.

Amo você no amor de Cristo Jesus, nosso Senhor


Pr. Antônio Cirilo
Ministério Santa Geração

22/04/2008

O que Agrada o Coração de Deus?

O que Agrada o Coração de Deus?

(PR. JUDSON DE OLIVEIRA)

Deus não se impressiona com a nossa eloqüência. Ele esta mais interessado em que façamos sua vontade...
Uma das coisas que está queimando em meu coração nestes dias e o desejo de fazer aquilo que está no coração do Senhor. Um versículo que vem ao meu coração enquanto escrevo este texto é o de I João 2:17 que diz: “Ora o mundo passa e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre”. Quando li este texto há algum tempo, meu coração perturbou-se no sentido de fazer uma reflexão: o que permanece não é o mais bonito, mais forte, mais rápido ou o mais hábil, mas, de acordo com a escritura é aquele que faz a vontade de Deus.

Se você pesquisar a História da Igreja, terá a oportunidade de perceber os vários “movimentos” ou “moveres” que se levantaram no meio da casa do Senhor, e que contribuíram de forma generosa para o progresso e estabelecimento da Igreja de Jesus. Todavia, um detalhe que precisamos observar é o fato de que alguns destes movimentos acabaram rapidamente, e a única evidência que nos restou é a narração aparente de que algumas coisas não duraram.

“Mover” após “mover”, parece que as pessoas dizem: este é “O Mover” com a ênfase de que aquilo veio para ficar, entretanto, parece que Deus não se impressiona com a nossa eloquência. Ele esta mais interessado em que façamos sua vontade. Em I Samuel 15:22, o profeta revela para o rei Saul um pouco daquilo que o coração de Deus anseia em relação ao fazer. Como disse anteriormente: não é suficiente fazer para Deus, temos que fazer como Ele deseja. O mundo está cheio de ministros e ministérios que estão fazendo, porém minha pergunta é: Como estamos fazendo? Do jeito que aprendemos no seminário e naquela conferência famosa, ou do jeito que Deus nos ordena? Samuel virou para o rei Saul e disse: “... Tem porventura o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que sacrificar; e o atender melhor do que a gordura de carneiros”. O meu coração estremece quando leio textos como este que falam tão forte e tão claro a respeito do coração do Pai. Parece que nós somos tendenciosos a fazer sacrifícios, tentando com isto agradar a Deus. O Senhor se agrada de sacrifícios, mas tem algo que lhe agrada mais: obedecer a sua Palavra.•
Uma das coisas que eu tenho repetido vez após vez nestes dias é que vivemos em um dos momentos mais tremendos e maravilhosos da História da Igreja, mas ao mesmo tempo meu coração fica apreensivo quanto à durabilidade e a eficácia daquilo que estamos vivenciando no Senhor. Precisamos entender que no meio do avivamento existem muita fumaça e muitas vozes, e em meio a tudo isto, precisamos aprender a ouvir a voz do Senhor e a obedecê-lo se quisermos permanecer.•
É muito fácil ficarmos presos na fumaça do avivamento, por exemplo, falamos tanto sobre o avivamento que este logo vira, “O Avivamento”, um conjunto de termos e frases decoradas, e o que poderia se tornar um grande romper da Glória do Senhor se torna uma peça teatral ou uma apresentação. Às vezes nós temos as canções ou o ministro do avivamento, e por isso, acabamos apregoando que temos o avivamento. Quero te dizer meu caro leitor que existe muito mais do que apenas arrepios no que Deus tem para nós. O meu temor é que daqui a dez ou quinze anos estejamos falando do que aconteceu com nostalgia. Minha oração é que estejamos falando sim, mas de como começou e de como o Senhor permaneceu nos levando mais profundo ao encontro daquilo que Ele tinha para nós. Qual é a nossa disposição em obedecer ao Senhor e sermos criteriosos fazendo exactamente como Ele nos ordena e não como achamos que seja sua vontade?

O que Deus está fazendo nestes dias é profundo e maravilhoso, no entanto podemos estragar o perfume se colocarmos o nosso dedo acusador ou a nossa mão manipuladora. Tenho convicção de que nossa geração começará a experimentar algumas coisas profundas do coração do Senhor. O desafio para nossa geração não é a habilidade ou a intelectualidade, mas sim, a capacidade de ouvir e obedecer ao mandado do Senhor. Não creio que o Senhor deseje que todo o seu trabalho em nossos dias passe, mas que marque profundamente e transforme nossa nação e outras nações. Precisamos nos levantar pela manhã com o desejo de fazer a vontade de Deus, mesmo que isto nos torne impopular ou inconveniente. A cada dia tenho encontrado líderes no Brasil que queimam com o desejo de mudar, sabendo que Deus tem mais para eles. Estes homens e mulheres que Deus tem levantado ao redor do Brasil estão dispostos a obedecer ao mandado do Senhor. Alegro-me, pois, o Senhor está levantando uma liderança no Brasil totalmente compromissada com a sua vontade. Aleluia!

20/04/2008

A Voz de Deus

A voz de Deus
Russel Shedd
“Deus me falou”, uma frase repetida freqüentemente, deveria fornecer a última palavra sobre qualquer decisão ou assunto. Se Deus falou, está falado! A experiência confirma que não é bem assim. Ocorre muitas vezes que aqueles que afirmam que Deus falou para eles declaram depois que Ele falou outra coisa, contrária à direção anterior. A voz de Deus facilmente se confunde com a voz do ouvinte ou de um espírito qualquer. Essa é a razão pela qual João adverte contra simplesmente dar crédito a todo “espírito”. Ordena que os líderes examinem os espíritos para ver se eles procedem de Deus, “porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo” (1 Jo 4.1, NVI).
A.W. Tozer recomenda não encarar as Escrituras como alguma “coisa” que você pode torcer de acordo com a conveniência da hora. “A Bíblia é mais do que uma coisa; ela é uma voz, a verdadeira Palavra do Deus vivo.” Os evangélicos, quase sem exceção, concordariam.
Tão perigoso deve ser imaginar que se ouviu a voz de Deus, que cristãos sábios tomam cuidados para confirmar que o que foi ouvido tenha respaldo nas Sagradas Letras.
Outros mais tradicionais rejeitam qualquer voz viva hoje, preferindo confiar somente na Palavra escrita para receber orientação do Senhor. Cristãos carismáticos crêem firmemente em profecias e línguas que, uma vez entendidas pelo dom de interpretação, comunicam a voz de Deus, Muitos cristãos tradicionais ficam convencidos de terem recebido um chamado para ministério pastoral ou para servir no campo missionário. Mas, se indagarmos como receberam essa informação sobre o propósito de Deus para as suas vidas, respondem que o Senhor mesmo falou com eles. Por isso, é necessário distinguirmos entre o infalível e o falível, entre sugestões ou “vozes” na cabeça e a Palavra eterna de Deus.
A Bíblia é totalmente confiável. Foi inspirada por Deus e, portanto, é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça (2 Tm 3.16). Todos os evangélicos aceitam essa realidade. Problemas surgem quando se procura orientação sobre decisões entre caminhos igualmente endossados pelas Escrituras. qual seria a vontade de Deus relativa `a escolha para o casamento entre dois jovens, ambos cristãos comprometidos ou entre duas carreiras, ambas úteis para o serviço do Reino? É comum “ouvir a voz de Deus” que nos orienta na direção de nossos desejos pessoais. Será que Deus sempre escolhe para nós uma vida mais prazerosa, mais confortável e mais preospera?
Segundo o relato de Lucas em Atos, a orientação de Deus para seus servos Barnabé e Paulo de Tarso foi para que saíssem de Antioquia para a obra para a qual Deus os tinha chamado. Essa obra trouxe para Paulo muito trabalho, açoites, prisões, naufrágios, apedrejamento e, no fim, decapitação. Certamente, Deus não falou sempre de acordo com seus desejos pessoais.
Outra maneira pela qual se ppode confundir a “voz de Deus” e o desejo do preoprio coração ocorre na prática de ler um trecho histórico da Bíblia e concluir que, da mesma maneira que Deus agiu na antiguidade, agirá novamente. Como exemplo, pense no caso de Gideão. Colocou uma porção de lã na eira. Se o orvalho molhasse apenas a lã, ele teria certeza de que Deus libertaria Israel. Se ocorresse o contrário, ele teria dupla certeza de que a libertação de Deus viria. Não podemos ter certeza de que, usando o mesmo método, Deus tambeem repetirá os milagres. Ele não tem nenhuma obrigação de nos dirigir tal como fez no passado.
George Muller, usado por Deus para cuidar de 9.500 órfãos, repassar milhões de libras para missões transculturais e publicar milhões de Bíblias e porções dela, também precisava ter certeza de que Deus estava dirigindo-o. Quando percebeu a necessidade de construir mais um prédio para abrigar os órfãos, orou buscando essa orientação durante seis meses. Se Deus estava garantindo o sucesso do empreendimento. Começaria a construção mesmo sem ter uma moeda no caixa.
Buscar a orientação de Deus é não somente positivo, mas imprescindível. Um grande perigo jaz nas decisões tomadas depois de se ouvir uma voz na cabeça ou sentir uma inclinação sem respaldo bíblico.

12/04/2008

A ciencia da cura

Um dos aspectos que chama a atenção no ministério de cura divina de John Lake é a certeza que ele tinha a respeito da realidade da operação sobrenatural de Deus. Isso ficava muito evidente quando falava a respeito da ciência da cura, ou da aplicação científica da graça de Deus. Quando iniciou seu Instituto de Cura Divina em Spokane, EUA, para treinar a geração mais jovem a aplicar o poder de Deus para curar em suas vidas diárias, passou a chamar os aprendizes de técnicos de cura.
Esses termos, a princípio, podem dar a impressão de que ele se achava dono das chaves divinas e que podia usá-las a seu bel-prazer. Como o homem tende a reduzir os mistérios de Deus a fórmulas racionais, tais conceitos sempre constituem um grande perigo. Entretanto, as evidências práticas do ministério de Lake indicam que ele descobriu princípios válidos que realmente funcionavam – até diante dos céticos.
O Que é Ciência Espiritual?
Para Lake, ciência era “a descoberta de como Deus faz as coisas”. Dotado de uma mente muito ativa e investigadora, desde jovem Lake tentou entender o como e o porquê dos fenômenos, especializando-se nos campos da química e da eletricidade. Depois, diante das situações críticas de enfermidade em sua família, passou a concentrar sua curiosidade incansável no poder sobrenatural de Deus e em como ligá-lo à esfera da vida natural. Para ele não era suficiente acreditar que Deus curava; era necessário saber como.
Após alguns anos de observações, experiências e estudos, Lake chegou a algumas conclusões a respeito do verdadeiro Cristianismo. Acreditava que a grande diferença entre o que comumente se pregava nas igrejas e o que se via no Novo Testamento era a mesma que há entre filosofia e o evangelho. Filosofia, segundo ele, era luz, a melhor luz que as mentes humanas conseguiram produzir. Algumas das filosofias orientais continham aspectos dos ensinamentos cristãos, documentados muitos séculos antes de Jesus. Contudo não tinham vida. O diferencial dos ensinamentos de Jesus não estava tanto na novidade dos seus princípios morais, e, sim, no seu conteúdo de vida. Essa vida é que é a verdadeira luz dos homens (Jo 1.4).
Nos séculos posteriores, os seguidores de Jesus se afastaram do poder de sua vida e caíram no mesmo padrão filosófico de transmitir luz através de conhecimento. A luz, porém, não tem poder para salvar o mundo. Precisa haver um conteúdo divino do alto que transforme e traga vida. Jesus nunca quis que fôssemos seus imitadores, mas que nos tornássemos osso dos seus ossos, carne de sua carne, sangue do seu sangue, espírito do seu Espírito. Era mais ou menos como aquele sonho antigo dos alquimistas de transformar chumbo em ouro; Jesus opera, desde tempos antigos, o milagre da transmutação, entrando no coração humano, injetando sua vida nele e transformando a natureza humana no puro ouro de Deus.
Quando Lake falava da aplicação científica da graça de Deus, não estava se referindo a fórmulas para se usar o poder de Deus para fins próprios. Estava dizendo que o Espírito de Deus e seu poder sobrenatural não são coisas do outro mundo que não podem misturar-se ou manifestar-se aqui no mundo material. Não são forças etéreas ou misteriosas que não podem ser sentidas ou vistas por pessoas descrentes. São realidades diferentes das forças naturais, mas nem por isso menos substanciais ou perceptíveis.
O Método Científico de Jesus
Veja como ele explicava a relação entre o espiritual e o material nas curas de Jesus:
Jesus usava muitos métodos para curar os enfermos. Todos eram científicos. Por exemplo, ele colocava as mãos sobre os doentes em obediência à lei de contato e transmissão. O contato de suas mãos com o doente permitia que o Espírito de Deus fluísse dele para o corpo enfermo.
A mulher com fluxo de sangue que tocou na borda de sua veste descobriu que o Espírito emanava até da roupa de Jesus. Ao tocar em sua roupa, o Espírito passou para o corpo dela como eletricidade, e ela foi curada. Esse foi um processo científico.
Paulo, conhecendo essa lei, colocava as mãos em lenços e aventais (At 19.12), que se tornavam instrumentos de cura e de libertação de demônios. Os materialistas acham que isso é superstição, mas é totalmente científico. O Espírito de Deus que emanava da vida de Paulo transformava os lenços em “baterias de armazenamento” do poder do Espírito Santo.
Isso demonstra o seguinte: (1) o Espírito de Deus tem substância tangível, materialidade celestial; (2) o poder de Deus é capaz de ser “armazenado” numa substância material, como ocorreu com a veste de Jesus ou os lenços de Paulo; (3) esse poder pode ser transmitido dos lenços para o corpo enfermo e trazer cura e libertação.
Embora a mente científica sempre investigue o como e o porquê, a pessoa que deseja o toque de Jesus não precisa ter conhecimento algum do processo de cura ou salvação para poder receber a bênção.
A Ciência de Deus Observada por Não Crentes
Se você não gostou dessa forma de explicar a transmissão do poder de Deus, veja como Lake não tinha receio de expor a operação sobrenatural do Espírito ao escrutínio dos cientistas, nas seguintes ocasiões (entre muitas outras):
1.Depois do tempo de ministério na África, Lake foi à afamada instituição médica nos Estados Unidos, John Hopkins, para submeter-se a uma série de exames. Ligaram à cabeça dele um aparelho que media as vibrações do cérebro. Lake começou lendo textos tranqüilos, como o Salmo 23 e outros trechos das Escrituras. Em seguida, leu textos literários enquanto orava para que Deus o conectasse ao Espírito Santo. Nesse ponto, os cientistas já o avaliaram como um fenômeno, dizendo que seu cérebro demonstrava um âmbito de atividade muito mais amplo do que qualquer outro que já tivessem examinado. Lake continuou orando: “Senhor Deus, permite que o Espírito venha como raio divino sobre minha alma, mesmo que seja por dois segundos, para que vejam algo que nunca viram e saibam o que tu és capaz de fazer”. Terminando as últimas linhas do texto que estava lendo, o Espírito de Deus caiu sobre ele numa explosão de louvor e línguas estranhas. A agulha do indicador no aparelho foi até o ponto máximo e, sem dúvida, teria ido muito além, caso tivesse recursos para isso. Disseram: “Nunca vimos nada igual”. Lake respondeu: “Amigos, é o Espírito Santo!”.
2.No mesmo instituto, Lake pediu que lhe trouxessem um homem com inflamação óssea na perna e que ligassem o aparelho de medição aos dois lados da perna, deixando espaço suficiente para que pudesse colocar a mão. Quando estava tudo preparado, Lake colocou a mão na perna e fez uma oração, não uma mera oração formal, mas um clamor do coração. “Ó Deus, mata esta obra maligna pelo teu poder, operando aqui e agora!” Em seguida, perguntou aos cientistas: “O que está acontecendo?”. “Todas as células estão respondendo”, exclamaram, admirados. De acordo com Lake, era tão simples assim: a vida de Deus fluía para a parte afetada, liberando a circulação de sangue e restaurando completamente a saúde.
3.Em Lourdes, na França, Lake aceitou fazer uma demonstração de cura ao lado de um grupo de hipnotizadores. Um comitê escolheu cinco candidatos, pessoas declaradas absolutamente incuráveis pelos médicos. Os hipnotizadores tentaram diversos métodos e não conseguiram curar nenhum deles. Lake pediu para colocar os cinco enfermos em cadeiras na plataforma, diante de uma audiência de médicos e cientistas. Orou por cada um individualmente, impondo as mãos. Três foram curados instantaneamente; um recuperou-se dentro de alguns dias, e um morreu.
4.No mesmo prédio em que funcionavam as Salas de Cura Divina em Spokane, EUA, havia uma sala com aparelhagem de raios X. Os técnicos pediram para tirar fotos de alguns daqueles que buscavam cura ali. Era uma oportunidade única. Em uma ocasião, Lake pediu para tirar radiografias de um homem com tuberculose. Cada vez que recebia oração, documentavam sua condição. Cada radiografia mostrava que a doença estava regredindo, até que desapareceu totalmente. Assim a cura foi precisamente documentada.
5.Certa vez, Lake orou por um moço com febre tifóide que desenvolvera uma enorme ferida no abdômen, formando várias camadas. Quando a ferida foi exposta, Lake ficou chocado, pois nunca vira nada semelhante. Ao orar, colocou a mão com os dedos bem abertos sobre a ferida e repreendeu-a, pedindo que Deus a queimasse pelo seu poder. Em seguida, foi embora para sua cidade. No dia seguinte, veio um telegrama dizendo que a mão de Lake havia deixado uma marca, como se tivesse queimado a carne, com vários milímetros de profundidade. Lake dizia que era a voltagem do céu, os raios celestiais que vêm para curar, dispersar o pecado e afugentar as enfermidades.
“Os homens têm tratado o Evangelho de Jesus Cristo como se fosse uma tolice, uma imaginação”, disse Lake em uma de suas pregações. “Aqueles que se julgam sábios desdenham as coisas simples que Deus opera diariamente. Quando você ora, por exemplo, algo realmente acontece em você. Não é um mito, é a ação de Deus. Pode-se provar cientificamente que o Deus Todo-poderoso entra em sua alma, toma posse das células cerebrais e, quando você anseia e deseja algo, consciente ou inconscientemente, o fogo de Deus, o poder de Deus, a vida e a natureza de Deus pulsam através dos seus nervos, alcançando todas as células do seu corpo, ativando-as com sua energia divina. Nunca houve uma mãe que se ajoelhasse diante do trono, levantando o coração ao céu, que não tenha demonstrado um poder de wireless muito superior a qualquer tecnologia humana. Eles conseguem transmitir por distâncias de até 20.000 km, enquanto que as orações chegam até o céu e são respondidas, muitas vezes, instantaneamente, com demonstrações de poder.”

O Segredo de John Hyde

Meu pai era um pastor presbiteriano, e minha mãe, uma cristã muito dedicada com uma linda voz consagrada ao Senhor. Quando jovem, decidi que seria um missionário, um missionário que se sobressaísse. Eu queria brilhar como missionário extraordinário. Terminei meu curso universitário e me saí muito bem. Formei-me e me senti um tanto orgulhoso do título “bacharel” que agora constava depois do meu nome. Estava determinado a dominar os idiomas indianos que teria de aprender; pois não queria que nada, absolutamente, servisse de empecilho para que eu me tornasse um grande missionário. Era essa minha ambição. Talvez não fosse um desejo totalmente carnal, mas em grande parte era. Eu amava o Senhor e queria servi-lo – e servi-lo de forma extraordinária –, no entanto meu ego estava na raiz da minha ambição. Meu pai tinha um grande amigo, um colega pastor, cujo imenso desejo de ser missionário nunca fora realizado. Ele tinha grande interesse em mim e estava encantado que o filho do seu grande amigo tinha planos de ir à Índia como missionário. Ele me amava, e eu também o amava e admirava. No dia em que subi a bordo do navio em Nova York, para empreender a missão da minha vida na Índia, encontrei no meu camarote uma carta endereçada a mim. Reconheci a caligrafia desse amigo do meu pai. Abri a carta, que não era muito grande, e encontrei, em síntese, a seguinte mensagem: “Não deixarei de orar por você, caro John, enquanto não estiver cheio do Espírito Santo”. As palavras mexeram com meu orgulho, e fiquei muito bravo. Amassei a carta e joguei-a num canto do camarote. Subi ao convés do navio com espírito muito agitado. Imagine só que absurdo: implicar que eu não estava cheio do Espírito! Aqui estava eu, embarcando como missionário, determinado a ser um excelente missionário – e ele tinha a coragem de insinuar que eu não estava equipado adequadamente para a obra!Andei agitado para cima e para baixo naquele convés, uma batalha ardendo no meu interior. Senti um enorme desconforto. Eu amava o homem que me escrevera aquele bilhete. Sabia da vida santa que levava, e, lá no meu íntimo, desconfiava que ele podia estar com a razão: eu não tinha mesmo condições de ser missionário.Depois de algum tempo, voltei para o camarote e fiquei de joelhos para procurar a carta amassada. Peguei-a do chão e alisei-a; li o conteúdo novamente, vez após vez. Ainda me senti irritado pelas palavras, porém a convicção crescia dentro de mim de que esse homem estava certo e eu, errado. Esse processo continuou durante dois ou três dias, deixando-me completamente agoniado. Tudo isso nada mais era do que a bondade do Senhor atendendo às orações do amigo do meu pai, que certamente havia batalhado em oração e tomado posse da vitória em meu favor. Finalmente, quase em desespero, clamei ao Senhor para me encher com o Espírito Santo. No mesmo instante, parecia que as nuvens escuras haviam desaparecido por completo. Pude ver a mim mesmo e a minha ambição egoísta. Tive uma batalha até o final da minha viagem no navio, mas, bem antes de chegar ao meu destino, decidi firmemente que, fosse qual fosse o preço, eu realmente precisava ser cheio do Espírito. O segundo momento culminante foi quando senti desejo de dizer ao Senhor que estava disposto até a ser reprovado nos meus exames nos idiomas na Índia e a ser um missionário trabalhando em silêncio e anonimato; que eu faria qualquer coisa e seria qualquer coisa, mas precisava receber o Espírito Santo a qualquer custo. Num dos primeiros dias na Índia, enquanto estava hospedado com um outro missionário experiente, saí com ele para um culto ao ar livre. O missionário pregou, e fui informado de que ele estava falando a respeito de Jesus Cristo como o Salvador que liberta do pecado. Depois de terminada a pregação, um homem com aparência ilustre, falando bom inglês, perguntou ao missionário se ele mesmo já tivera tal experiência de salvação do pecado. A pergunta foi direto ao meu coração, porque, se a mesma pergunta tivesse sido dirigida a mim, eu teria sido obrigado a confessar que Jesus ainda não me salvara totalmente, já que ainda havia pecado na minha vida. Reconheci que teria sido uma terrível desonra ao nome de Cristo se eu fosse obrigado a confessar que estava pregando Jesus, proclamando aos outros que era um Salvador perfeito, enquanto eu mesmo não estava liberto. Voltei ao meu quarto e me tranquei lá dentro. Disse para o Senhor que teria que acontecer uma de duas coisas: ou ele me libertava de todos os meus pecados, especialmente daquele que me atormentava constantemente, ou eu teria de voltar para minha terra e buscar uma outra atividade lá. Declarei que não podia ficar diante das pessoas para pregar o Evangelho enquanto eu mesmo não pudesse testemunhar do seu poder e eficácia na minha vida. Fiquei lá durante algum tempo, enfrentando essa questão e reconhecendo que era extremamente razoável que tomasse tal posição. O Senhor me assegurou que era capaz e desejoso de me libertar de todo o pecado e que realmente era sua vontade que eu estivesse na Índia. E, de fato, ele me libertou de tal forma que nunca mais duvidei da sua obra completa. Posso agora ficar diante de quem quer que seja e testemunhar, sem hesitar, da vitória que recebi. É meu prazer hoje testificar desse fato e contar a todos da maravilhosa fidelidade de Cristo meu Senhor e Salvador.

John Hyde (1865-1912) foi missionário durante quase vinte anos na Índia. Foi chamado “O Homem que Orava”, pois a oração passou a ser sua ocupação principal. Suas orações produziram resultados impressionantes: um avivamento em 1910 na Índia e muitas conversões diárias.

11/04/2008

Sobre pastor e lobos.

Pastores e lobos têm algo em comum: ambos se interessam e gostam de ovelhas, e vivem perto delas. Assim, muitas vezes, pastores e lobos nos deixam confusos para saber quem é quem. Isso porque lobos desenvolveram uma astuta técnica de se disfarçar em ovelhas interessadas no cuidado de outras ovelhas. Parecem ovelhas, mas são lobos.
No entanto, não é difícil distinguir entre pastores e lobos. Urge a cada um de nós exercitar o discernimento para descobrir quem é quem.
Pastores buscam o bem das ovelhas, lobos buscam os bens das ovelhas.
Pastores gostam de convívio, lobos gostam de reuniões.
Pastores vivem à sombra da cruz, lobos vivem à sombra de holofotes.
Pastores choram pelas suas ovelhas, lobos fazem suas ovelhas chorar.
Pastores têm autoridade espiritual, lobos são autoritários e dominadores.
Pastores têm esposas, lobos têm coadjuvantes.
Pastores têm fraquezas, lobos são poderosos.
Pastores olham nos olhos, lobos contam cabeças.
Pastores apaziguam as ovelhas, lobos intrigam as ovelhas.
Pastores têm senso de humor, lobos se levam a sério.
Pastores são ensináveis, lobos são donos da verdade.
Pastores têm amigos, lobos têm admiradores.
Pastores se extasiam com o mistério, lobos aplicam técnicas religiosas.
Pastores vivem o que pregam, lobos pregam o que não vivem.
Pastores vivem de salários, lobos enriquecem.
Pastores ensinam com a vida, lobos pretendem ensinar com discursos.
Pastores sabem orar no secreto, lobos só oram em público.
Pastores vivem para suas ovelhas, lobos se abastecem das ovelhas.
Pastores são pessoas humanas reais, lobos são personagens religiosos caricatos.
Pastores vão para o púlpito, lobos vão para o palco.
Pastores são apascentadores, lobos são marqueteiros.
Pastores são servos humildes, lobos são chefes orgulhosos.
Pastores se interessam pelo crescimento das ovelhas, lobos se interessam pelo crescimento das ofertas.
Pastores apontam para Cristo, lobos apontam para si mesmos e para a instituição.
Pastores são usados por Deus, lobos usam as ovelhas em nome de Deus.
Pastores falam da vida cotidiana, lobos discutem o sexo dos anjos.
Pastores se deixam conhecer, lobos se distanciam e ninguém chega perto.
Pastores sujam os pés nas estradas, lobos vivem em palácios e templos.
Pastores alimentam as ovelhas, lobos se alimentam das ovelhas.
Pastores buscam a discrição, lobos se autopromovem.
Pastores conhecem, vivem e pregam a graça, lobos vivem sem a lei e pregam a lei.
Pastores usam as Escrituras como texto, lobos usam as Escrituras como pretexto.
Pastores se comprometem com o projeto do Reino, lobos têm projetos pessoais.
Pastores vivem uma fé encarnada, lobos vivem uma fé espiritualizada.
Pastores ajudam as ovelhas a se tornarem adultas, lobos perpetuam a infantilização das ovelhas.
Pastores lidam com a complexidade da vida sem respostas prontas, lobos lidam com técnicas pragmáticas com jargão religioso.
Pastores confessam seus pecados, lobos expõem o pecado dos outros.
Pastores pregam o Evangelho, lobos fazem propaganda do Evangelho.
Pastores são simples e comuns, lobos são vaidosos e especiais.
Pastores tem dons e talentos, lobos tem cargos e títulos.
Pastores são transparentes, lobos têm agendas secretas.
Pastores dirigem igrejas-comunidades, lobos dirigem igrejas-empresas.
Pastores pastoreiam as ovelhas, lobos seduzem as ovelhas.
Pastores trabalham em equipe, lobos são prima-donas.
Pastores ajudam as ovelhas a seguir livremente a Cristo, lobos geram ovelhas dependentes e seguidoras deles.
Pastores constroem vínculos de interdependência, lobos aprisionam em vínculos de co-dependência.
Os lobos estão entre nós e é oportuno lembrar-nos do aviso de Jesus Cristo: “Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são devoradores (Mateus 7:15).

(Osmar Ludovico)

A saude da familia

Isabelle Ludovico
O ser humano é o único ser vivo que nasce completamente dependente de terceiros para a sua sobrevivência. Assim, a família não exerce apenas uma função biológica através da procriação, mas desempenha ainda a função vital de suprir as necessidades básicas individuais, garantindo alimentação, higiene, roupas e outros bens materiais, assim como a proteção indispensável para a manutenção da integridade física. Ela assume também uma função formativa que visa atender as necessidades afetivas e espirituais, contribuindo para a assimilação de valores e para a socialização de seus membros. A principal necessidade do ser humano é sentir-se pertencer, sentir-se amado e acolhido. Ele precisa também encontrar um sentido existencial e uma perspectiva de transcendência, pois não se trata apenas de sobreviver, mas de abraçar a vida e enxergar a sua vocação. Assim, a família fornece os elementos essenciais para apreciar a vida, construir relações afetivas e desenvolver o potencial de cada um.
Ela tem a tarefa de ajudar os membros a firmar sua identidade e autonomia, e prepará-los para enfrentar crises provenientes de fatores internos e externos. São as crises do desenvolvimento, como a adolescência, e a crise da meia-idade, mas também as provocadas por dificuldades sociais como o desemprego, violências e acidentes. Essas crises podem gerar mudanças estruturais, na organização familiar, e funcionais, no desempenho dos membros, e interferir no bem-estar e na saúde do indivíduo e do sistema. A entrada de um novo membro na família ou a morte de alguém, por exemplo, modificam a dinâmica familiar e obrigam a redistribuir ou acrescentar papéis. Assim, o nascimento de um filho gera os papéis de pai e mãe, mas também de avôs, tios, primos etc.
A saúde da família pode ser avaliada pela qualidade dos relacionamentos, isto é, pela qualidade de comunicação entre os membros, a existência e expressão de afeto, o desempenho das funções, o grau de união e autonomia, a permeabilidade, a flexibilidade para lidar com as crises e adaptar-se às mudanças decorrentes, a capacidade de superar desavenças e reconciliar-se, a inserção na rede social. Limites, papéis, hierarquia, alianças, modelos psicossociais são itens a serem considerados.
Assim como o ser humano tem luz porque foi criado à imagem de Deus, mas também sombra porque foi deformado pelo pecado, a família, como sistema formado por seres humanos falhos, também tem suas limitações. A expectativa de ter uma família perfeita tem gerado inúmeras frustrações e conflitos. As crises naturais do ciclo vital, que nos impulsionam para o crescimento, são encaradas como atestado de incompetência e perde-se muito tempo e energia tentando esconder, disfarçar, negar dificuldades que poderiam servir de trampolim.
É importante reconhecer os recursos da família: as heranças positivas, experiências de superação, valores como integridade, trabalho, lealdade e respeito, os modelos encorajadores, as reconciliações, conquistas, tradições, celebrações. As falhas também precisam ser identificadas para serem transformadas: preconceitos, segredos, rótulos, manipulações, competições etc. Reconhecer as falhas dos nossos pais permite libertá-los da expectativa de amor incondicional que esperávamos e acolher o amor humano, limitado, mas real, com que nos amaram. Olhar com humor para as limitações é um ótimo sinal de aceitação e maturidade.
A saúde da família é fruto de reconciliação quando os desencontros são tratados e superados através do perdão. A família provê vínculos permanentes. Não importam quais sejam os conflitos, ninguém deixa de ser filho ou pai. Não se pode construir o futuro sem ter feito as pazes com sua família e peneirado sua herança familiar. Como menciona Paulo, é preciso fazer pelo menos a nossa parte, aquilo que depende de nós. E aceitar as limitações do outro como um pedido de socorro, um sinal de imaturidade que deve gerar mais desejo de ajudar do que atitudes vingativas. Até Jesus entrou em conflito com seus pais na adolescência, quando perdeu-se deles na volta de Jerusalém, mas isto não os impediu de reafirmar o vínculo e a determinação de caminhar lado a lado.