Espiritualidade libertadora
Ricardo Gondim
Deus nos concedeu vida e com ela uma dádiva extraordinária: liberdade. Os filhos de Deus foram chamados para cumprir o propósito último da criação alcançando uma independência semelhante à de Jesus Cristo. Ele usou sua liberdade para fazer o bem, submetendo-se voluntariamente a Deus. Caminhar livre é caminhar responsável; rechaçar a condição de subserviente; e não se deixar conduzir com coleiras. Somente os livres reconhecem sua dignidade humana, criada à imagem de Deus, e, sem servilismo, não baixam a cabeça para os opressores.
Religiosos também tentaram fazer seus seguidores rastejarem. Ao longo da história, o clero já montou estruturas com o intuito de escravizar pela intimidação, pavor e morte. Aterrorizavam porque ameaçavam com maldições divinas. Entretanto, é possível se precaver contra aqueles que ousam manipular e oprimir em nome de Deus.
1. Cuidado com instituições que prometem desgraça para os que se desligam delas. Uma organização que precisa resguardar a lealdade de seus membros com intimidação se inspira no diabo. Deus não propõe que seus relacionamentos se alicercem em suborno ou coerção.
2. Cuidado com líderes que tentam defender suas posições, proclamando terem recebido uma unção especial do céu. Eles se acham inquestionáveis. Porém, entre os humanos, ninguém fala “ex-cátedra” porque nenhuma profecia é de particular interpretação.
3. Cuidado com qualquer revelação misteriosa, que não pode ser contestada. Não aceite o estigma de rebelde só porque buscou compreender uma determinada doutrina. Uma pessoa não pode ser considerada insubmissa quando pergunta com motivações genuínas. Um culto legítimo precisa de racionalidade.
4. Cuidado com novas verdades que, de tão inéditas, sequer os apóstolos perceberam. Todo conceito novo deve produzir uma sensação de já ser conhecido, mas que pode precisar de maior elucidação ou sistematização. Toda grande heresia nasceu de pessoas que se acreditaram profetas de oráculos inéditos.
5. Cuidado com práticas que só acontecem em lugares de portas fechadas. Experiências religiosas em ambientes secretos tendem à promiscuidade ou ao autoritarismo. Não merece crédito quem precisa esconder o que pratica por medo de exposição. Deus é luz e deseja que se anunciem suas verdades de cima dos telhados.
6. Cuidado com líderes que se envaidecem de seus títulos e gostam de tratamentos formais. Jesus rejeitou a adulação piegas das pessoas e ensinou que seus seguidores não poderiam chamar ninguém de mestre, pois somente Deus merece honrarias como essa.
7. Cuidado com organizações que se estruturam com hierarquias de poder. O reino de Deus não funciona como os governos deste mundo, onde os fortes comandam. Igrejas que valorizam degraus, e incentivam o embate político, formam lideranças domesticadas que sempre concordam com os influentes do andar de cima. Os que desejam “chegar ao topo” correm o risco de vender a própria alma.
8. Cuidado com líderes que amam o dinheiro, principalmente os que enriqueceram. Eles se enxergam merecedores do melhor, sonham com projetos faraônicos e usam a lógica maquiavélica de que os fins justificam os meios; criam estruturas dispendiosas, carentes de um volume absurdo de recursos e, logo, não sabem se adoram para arrecadar ou se arrecadam para continuar adorando. Jesus já virou mesas de instituições assim.
9. Cuidado com igrejas que possuem um grupo de privilegiados no alto de sua estrutura. Essa elite blinda o líder de conviver com o povo e ele acaba desumanizado, pois perde contato com a realidade da vida e não ouve críticas; mal notam que seus bajuladores só querem preservar privilégios.
10. Cuidado com mensagens que enfatizam exageradamente a culpa. Um legalista precisa de pessoas que nunca se percebem livres. Ele não acredita em maturidade cristã, capitaliza com as inadequações humanas e tiraniza seus auditórios. Evangelho significa boa notícia e deve gerar ambientes felizes, nunca paranóicos.
Dois mil anos atrás, João admoestou seus leitores que provassem os espíritos (1 Jo 4.1). Nunca precisamos seguir seu conselho tanto como agora.
Ricardo Gondim
Deus nos concedeu vida e com ela uma dádiva extraordinária: liberdade. Os filhos de Deus foram chamados para cumprir o propósito último da criação alcançando uma independência semelhante à de Jesus Cristo. Ele usou sua liberdade para fazer o bem, submetendo-se voluntariamente a Deus. Caminhar livre é caminhar responsável; rechaçar a condição de subserviente; e não se deixar conduzir com coleiras. Somente os livres reconhecem sua dignidade humana, criada à imagem de Deus, e, sem servilismo, não baixam a cabeça para os opressores.
Religiosos também tentaram fazer seus seguidores rastejarem. Ao longo da história, o clero já montou estruturas com o intuito de escravizar pela intimidação, pavor e morte. Aterrorizavam porque ameaçavam com maldições divinas. Entretanto, é possível se precaver contra aqueles que ousam manipular e oprimir em nome de Deus.
1. Cuidado com instituições que prometem desgraça para os que se desligam delas. Uma organização que precisa resguardar a lealdade de seus membros com intimidação se inspira no diabo. Deus não propõe que seus relacionamentos se alicercem em suborno ou coerção.
2. Cuidado com líderes que tentam defender suas posições, proclamando terem recebido uma unção especial do céu. Eles se acham inquestionáveis. Porém, entre os humanos, ninguém fala “ex-cátedra” porque nenhuma profecia é de particular interpretação.
3. Cuidado com qualquer revelação misteriosa, que não pode ser contestada. Não aceite o estigma de rebelde só porque buscou compreender uma determinada doutrina. Uma pessoa não pode ser considerada insubmissa quando pergunta com motivações genuínas. Um culto legítimo precisa de racionalidade.
4. Cuidado com novas verdades que, de tão inéditas, sequer os apóstolos perceberam. Todo conceito novo deve produzir uma sensação de já ser conhecido, mas que pode precisar de maior elucidação ou sistematização. Toda grande heresia nasceu de pessoas que se acreditaram profetas de oráculos inéditos.
5. Cuidado com práticas que só acontecem em lugares de portas fechadas. Experiências religiosas em ambientes secretos tendem à promiscuidade ou ao autoritarismo. Não merece crédito quem precisa esconder o que pratica por medo de exposição. Deus é luz e deseja que se anunciem suas verdades de cima dos telhados.
6. Cuidado com líderes que se envaidecem de seus títulos e gostam de tratamentos formais. Jesus rejeitou a adulação piegas das pessoas e ensinou que seus seguidores não poderiam chamar ninguém de mestre, pois somente Deus merece honrarias como essa.
7. Cuidado com organizações que se estruturam com hierarquias de poder. O reino de Deus não funciona como os governos deste mundo, onde os fortes comandam. Igrejas que valorizam degraus, e incentivam o embate político, formam lideranças domesticadas que sempre concordam com os influentes do andar de cima. Os que desejam “chegar ao topo” correm o risco de vender a própria alma.
8. Cuidado com líderes que amam o dinheiro, principalmente os que enriqueceram. Eles se enxergam merecedores do melhor, sonham com projetos faraônicos e usam a lógica maquiavélica de que os fins justificam os meios; criam estruturas dispendiosas, carentes de um volume absurdo de recursos e, logo, não sabem se adoram para arrecadar ou se arrecadam para continuar adorando. Jesus já virou mesas de instituições assim.
9. Cuidado com igrejas que possuem um grupo de privilegiados no alto de sua estrutura. Essa elite blinda o líder de conviver com o povo e ele acaba desumanizado, pois perde contato com a realidade da vida e não ouve críticas; mal notam que seus bajuladores só querem preservar privilégios.
10. Cuidado com mensagens que enfatizam exageradamente a culpa. Um legalista precisa de pessoas que nunca se percebem livres. Ele não acredita em maturidade cristã, capitaliza com as inadequações humanas e tiraniza seus auditórios. Evangelho significa boa notícia e deve gerar ambientes felizes, nunca paranóicos.
Dois mil anos atrás, João admoestou seus leitores que provassem os espíritos (1 Jo 4.1). Nunca precisamos seguir seu conselho tanto como agora.
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